Construções identitárias de diretores de escola da Rede Municipal de Ensino de Rio Claro

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2022
Autor(a) principal: Bissoli, Lígia Maria Sciarra [UNESP]
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Estadual Paulista (Unesp)
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://hdl.handle.net/11449/236641
Resumo: A presente pesquisa teve por objetivo central compreender como vem sendo construída a identidade dos diretores de escola do município de Rio Claro-SP e os fatores sociais e históricos que acompanham essa constituição. No intuito de aprofundar as investigações, foi analisada a identidade desse profissional não somente pela ótica de sua subjetividade, mas compreendendo a constituição da identidade como resultado da interação social do indivíduo, de sua trajetória profissional e da política educacional em vigor nos diferentes momentos históricos. A fim de alcançar esse propósito, desenvolveu-se uma pesquisa de caráter qualitativo, tendo como procedimentos metodológicos a análise documental, a pesquisa bibliográfica e a aplicação de entrevistas semiestruturadas com diretores de escola do município, aposentados e em exercício. Nesse processo, foi efetuado um estudo sobre o surgimento do cargo de diretor e como foi sendo configurada a sua identidade ao longo do tempo. Descreveu-se também a história da constituição da Rede Municipal de Ensino de Rio Claro, a forma como o diretor escolar foi inserido nesse processo e a evolução de sua participação no sistema de ensino local. Além disso, por meio da análise das entrevistas com diretores aposentados e em exercício, procurou-se investigar como eles compreendem o seu papel dentro da instituição escolar. Utilizou-se, como arcabouço teórico, a abordagem de autores cujos estudos versam sobre a constituição das configurações identitárias, sua reprodução e transformação, especialmente Claude Dubar e Antonio da Costa Ciampa, recorrendo-se subsidiariamente a outros estudiosos que desenvolveram trabalhos sobre os aspectos da liderança e gestão escolar. Os resultados indicam que a configuração da identidade do diretor de escola é um processo contínuo, inacabado e não linear, sujeito a idas e vindas de acordo com as transformações trazidas pelos contextos históricos e sociais que se apresentam, influenciando a maneira como se enxerga, como é retratado nos documentos oficiais e como é visto por terceiros com os quais se relaciona. Essa perspectiva externa pode ser acolhida ou recusada, gerando uma identidade de continuidade ou de ruptura, de não metamorfose ou de emancipação. As narrativas das diretoras revelam a necessidade de uma relação mais estreita com as instâncias superiores e uma formação que compreenda a organização de espaços para troca de ideias e reflexão sobre suas práticas administrativas, pedagógicas e relacionais. Essas relações somente podem ser melhoradas se houver um rompimento com a perspectiva tradicional que estabelece ao diretor uma postura centralizadora e um perfil identitário de mero executor, representante das instâncias superiores na escola e não um representante da escola perante as instâncias superiores.