Posição de clíticos pronominais em duas variedades do português: inter-relações de estilo, gênero, modalidade e norma

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2016
Autor(a) principal: Biazolli, Caroline Carnielli [UNESP]
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Estadual Paulista (Unesp)
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://hdl.handle.net/11449/144643
Resumo: O propósito desta tese é avaliar como a questão de continua – estilístico e fala/escrita – e de gêneros textuais contribui para o entendimento de processos em variação. Para isso, investiga-se o fenômeno variável da posição de clíticos pronominais, observando-se como as variantes previstas – pré-verbal e pós-verbal, no caso de lexias verbais simples, e pré-complexo verbal, intra-complexo verbal, com ênclise ao primeiro verbo ou próclise ao segundo, e pós-complexo verbal – se manifestam em quatro gêneros textuais jornalísticos (entrevista na TV, noticiário de TV, carta do leitor e editorial), produzidos nos primeiros anos do século XXI e marcados por diferenças relacionadas às suas concepções discursivas, aos seus meios de produção e a outras características situacionais. Desenvolve-se um estudo descritivo-comparativo entre o português europeu (PE) e o português brasileiro (PB), fundamentado nos pressupostos teórico-metodológicos da Teoria da Variação e Mudança Linguísticas (WEINREICH; LABOV; HERZOG, 2006[1968]; LABOV, 1966, 1982, 1994, 2001a, 2003, 2008[1972]) e em conceitos relativos a estilo (LABOV, 1966, 2008[1972]; BELL, 1984, 2001), gêneros textuais (BAKHTIN, 1992[1979]; MARCUSCHI, 2005, 2008, 2010; BIBER; CONRAD, 2009), modalidades de uso da língua (CHAFE, 1982; 1985; BIBER, 1988; MARCUSCHI, 2008, 2010) e normas linguísticas (COSERIU, 1979[1952]; BAGNO, 2003, 2011, 2012; FARACO, 2008, 2011, 2012). Antes de se chegar às análises qualitativas que versam sobre influências externas no fenômeno em foco, detalham-se os possíveis condicionamentos linguísticos favorecedores das formas alternantes de colocação pronominal, valendo-se do tratamento estatístico oferecido pelo programa Goldvarb X (SANKOFF et al., 2005). Os resultados sinalizam que, no PE, a posição dos pronomes clíticos está intimamente relacionada a fatores estruturais, enquanto no PB tal objeto parece também ser sensível à ação de elementos não linguísticos. Desse modo, com base nos registros da variedade brasileira do português, mostra-se a coerência de se unir à observação de motivações linguísticas uma investigação sobre o maior número possível de aspectos vinculados às situações comunicativas. Confirma-se, portanto, que o continuum estilístico, correlacionado aos próprios gêneros e ao continuum fala/escrita, funciona como caminho de difusão de fenômenos em variação. Por último, cumpre destacar que o presente estudo colabora com a profícua discussão, vigente na literatura linguística, acerca da colocação pronominal e, de modo mais amplo, além de auxiliar no aprofundamento teórico relacionado às variações diafásica, diamésica e sociocultural, coopera com a pesquisa sociolinguística desenvolvida em Portugal e no Brasil, acrescentando mais resultados à descrição dessas variedades e da língua portuguesa como um todo.