Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2020 |
Autor(a) principal: |
Yauch, Andreia Cristina |
Orientador(a): |
Não Informado pela instituição |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Dissertação
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Universidade Estadual Paulista (Unesp)
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Link de acesso: |
http://hdl.handle.net/11449/194269
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Resumo: |
Objetivo geral: compor instrumentos e aplicá-los para rastreamento funcional e de adesão do idoso diabético ao tratamento, privilegiando áreas comumente comprometidas no idoso. Objetivos específicos: analisar características sociodemográficas, clínicas e de adesão ao tratamento do diabetes por esses idosos; determinar a prevalência de depressão com e sem acompanhamento médico para a saúde mental deles; avaliar associações entre depressão e consequentemente adesão dos idosos ao tratamento para o diabetes, e suas características sociodemográficas e respectivos domínios funcionais; aferir a acurácia para rastreamento da depressão em idosos, por meio da Avaliação Funcional Breve (AFB) comparada à da Escala de Depressão Geriátrica (EGD). Método: pesquisa com delineamento duplo, epidemiológico transversal e metodológico, realizada em ambulatório especializado e referenciado para atendimento de população de 30 municípios, do interior do Estado de São Paulo, Brasil, com população estimada em 609.249. Amostra mínima de 96 pacientes, delineada a partir de prevalência desconhecida (50%) de idosos com diabetes, depressão e baixa adesão ao tratamento, com 95% de confiabilidade e 10% de margem de erro. Para este estudo, considerou-se 124 pacientes, estratificados em três faixas etárias: 60 a 69, 70 a 79 e ≥ 80 anos. Análise estatística com suporte do Programa SAS for Windows, v.9.4, a partir de banco de dados digitado no Excel. Utilizou-se cálculo de média e desvio padrão, frequência e porcentagem, teste qui-quadrado e/ou exato de Fisher e modelo de regressão logística stepwise, com valores de odds-ratio (OR) e respectivos intervalos de confiança de 95%. Empregou-se, também, o coeficiente kappa para análise de concordância entre os instrumentos EDG e AFB para rastreamento de depressão. Fixou-se em todos os testes o nível de significância de 5% ou o p-valor correspondente. Resultados: participantes com média de idade de 72,7 (DP±7,7) anos, 56,0% do sexo feminino, com 4,5 (DP±3,94) anos de escolaridade, 2,3 (DP±1,4) salários mínimos de renda familiar, 83,1% morando acompanhado, sendo: 37,1% do(a) parceiro(a) e 46,0% de familiares e, portanto 83,9% acreditando poder contar com o apoio. A maioria (70,2%) independente funcionalmente, 62,9% residindo em domicílio com riscos para quedas, acometidos por cinco ou mais comorbidades (51,6%), sendo as principais HAS, dislipidemia e doença cardiovascular, 38,7% deles com HbA1c>7,5% (diabetes descompensada). A cada unidade de elevação de Hb1Ac aumenta em 30% a chance de depressão (OR=1,288; 95% IC 0,871-0,980; p=0,0083). Dois terços aproximados com sobrepeso/obesidade (65,3%), sendo 88,7% avaliados com baixa adesão ao tratamento medicamentoso, associada estatisticamente às faixas menores de renda familiar (p=0,0061) e ao estado mental e, especificamente, à dificuldade de memorização (p=0,0420). O registro da comorbidade depressão no prontuário ambulatorial dos idosos pode ser considerado baixo (12,9%), quando comparado à doença rastreada pelas escalas EDG (43,5%) e AFB (58,1%). A depressão avaliada por EDG e AFB se associou estatisticamente: às faixas de renda familiar (p=0,0287; p = 0,0194) e de escolaridade (p = 0,0049; p=0,0038) menores, ao déficit/perda de acuidade visual (p=0,0020; p=0,0001). Contudo, análises mostram que, apesar da comorbidade retinopatia associar à depressão (p=0,035), não conseguir ler com lentes corretivas independe do diagnóstico de retinopatia referido ou registrado no prontuário (p=0,0955). Ademais, dispor de capacidade de ler com lentes corretivas protege em 25% as chances de o idoso apresentar o parâmetro bioquímico HbAc1 > 7,5%, compatível com a não adesão ao tratamento do diabetes (OR=0,74; 95% IC 0,195-2,614; p=0,4303). Depressão rastreada somente por AFB associou-se: ao sexo feminino (p=0,0037), a apoio social não percebido pelo idoso (p=0,0077), à incontinência urinária referida (p=0,0004), aumentando em 5,6 vezes as chances de depressão (OR=5,580; 95% IC 2,250-13,838; p=0,0002); a não funcionalidade dos braços (p = 0,0007); às doenças osteoarticulares (p = 0,0419); à capacidade de memorização) (p = 0,0087; 64%) que, quando preservada é fator protetor para depressão (OR=0,361; 95% IC 0,151-0,862; p=0,0218. Considerou-se concordância moderada de acurácia para rastreamento de depressão pelo instrumento de AFB em relação a EDG (Kappa = 0,53), sendo a AFB com maior sensibilidade (88,9%), porém com menor especificidade em relação à EDG. Desta forma, quando o idoso rastreado com depressão pela AFB, recomenda-se confirmar o resultado com aplicação de EDG. Conclusões: a proposição e a aplicação dos instrumentos de coleta de dados mostraram-se operacionais para triagem funcional e de adesão de idosos diabéticos ambulatoriais, cujo julgamento clínico apontou quatro diagnósticos de enfermagem, sendo dois de risco e dois com foco nos problemas: (1) Risco de Síndrome do Idoso Frágil; (2) Risco de Síndrome do Desequilíbrio Metabólico; (3) Eliminação urinária prejudicada; (4) Risco de quedas. A avaliação e tratamento da depressão, da incontinência urinária e correção do déficit da acuidade visual em pacientes diabéticos podem melhorar a adesão ao tratamento e reduzir danos. Produto do estudo: composição de instrumentos como protótipo, para o rastreamento funcional e de adesão ao tratamento de idosos diabéticos ambulatoriais com problemas de saúde subdiagnosticados. Descritores: Idoso; Diabetes mellitus; Depressão; Cooperação e adesão ao tratamento; Assistência ambulatorial. |