Do ABC ao Planalto: a cultura política do petismo

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2008
Autor(a) principal: Romano, Clayton Cardoso [UNESP]
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Estadual Paulista (Unesp)
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://hdl.handle.net/11449/103088
Resumo: Este trabalho investiga a cultura política do Partido dos Trabalhadores (PT), do ABC ao Planalto. A chegada de Luiz Inácio Lula da Silva à Presidência da República, em 2002, expôs o descompasso petista entre passado e presente. Em meio à crise enfrentada pelo partido – com dirigentes envolvidos em atos de corrupção –, proliferam interpretações que anunciam a morte do petismo, ao lado de defesas apaixonadas atestando sua vivacidade. Em ambos os casos, o ponto de chegada é o mesmo, qual seja, a conclusão de que o petismo atual não condiz com aquele de três décadas atrás, logo, em algum instante, os petistas romperam seus laços originais. Ao contrário, compreende-se aqui o petismo como uma cultura política sem cortes ou traumas. Admitindo que os historiadores pouco contribuíram até momento para clarear a questão, este estudo aplica o conceito de cultura política, valendo-se do marxismo gramsciano para concluir que o petismo não expressa propriamente uma tradição, mas um comportamento político específico, uma mudança políticocultural da sociedade “formada” durante o regime militar no Brasil. Controlada politicamente pelo arbítrio, transfigurada em sua face social tamanho o fluxo migratório aos grandes centros industriais e instigada em seu instinto egoístico pela nova dinâmica do capital, aquela sociedade passou a se organizar à margem do Estado, valendo-se, para tanto, de demandas econômicas e sociais em seus gestos de associação. O binômio crescimento-pobreza transbordou para além das estatísticas. Metalúrgicos de indústrias de ponta do capitalismo brasileiro passaram a expressar de modo visceral um comportamento social difuso e sistematizado de início pelo sindicalismo autêntico. Os movimentos grevistas de 1978-1980 foram assim expressões monográficas de uma nova...