Potencial tóxico de tinturas capilares oxidativas e não oxidativas

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2021
Autor(a) principal: Lima, Maria Gabriela Franco de
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Estadual Paulista (Unesp)
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://hdl.handle.net/11449/214731
Resumo: O cabelo humano, assim como qualquer outro pelo de mamíferos, tem como função a proteção e regulação da temperatura corporal, pela facilitação dos processos de transpiração e evaporação. Contudo, essa estrutura também é um importante elemento estético do indivíduo, pois dá forma ao rosto e contribui para a construção da identidade pessoal. Sabe-se que desde a antiguidade, os povos utilizavam diversos elementos naturais para tingir os cabelos, porém, foi só no início do século XX que a primeira tintura sintética foi produzida. Atualmente, as tinturas capilares sintéticas são amplamente utilizadas por homens e mulheres em todo o mundo. Diante desse contexto, surgiu a necessidade de conhecer os reais efeitos desses produtos sobre à saúde humana e também os possíveis impactos que possam causar ao meio ambiente, pois, esses compostos estão presentes em efluentes industriais e de estações de tratamento de esgoto urbano, podendo, assim, contaminar, inclusive recursos hídricos destinados ao consumo humano. Uma forma de se estudar os possíveis efeitos tóxicos das tinturas capilares é por meio de ensaios com bioindicadores, pois estes permitem entender os mecanismos de ação biológica de compostos químicos. Dessa forma, este trabalho teve como objetivo estudar o potencial fitotóxico e citogenotóxico da tintura capilar oxidativa (permanente) de coloração castanha média (grupo colorimétrico de número 4), em três diferentes formulações: tinturas em pó e em creme, sendo a em creme testada com e sem associação com peróxido de hidrogênio (H2O2). A avaliação da fitotoxicidade das tinturas foi realizada por meio dos ensaios de germinação com Lactuca sativa e Allium cepa e crescimento radicular e do hipocótilo com L. sativa. A citogenotoxicidade, por sua vez, foi avaliada por meio do ensaio de aberrações cromossômicas e nucleares, realizados com o bioindicador A. cepa. Adicionalmente aos ensaios processados com os bioindicadores vegetais, foi também realizada uma ampla revisão sobre os efeitos tóxicos de azocorantes utilizados na formulação de tinturas capilares não oxidativas (do tipo temporárias e semipermanentes), que permitiu a elaboração de um artigo de revisão sobre o assunto. Os ensaios de fitotoxicidade mostraram que a reação da tintura capilar com H2O2 induziu diferenças nos parâmetros avaliados, mostrando que a tintura pode se tornar mais tóxica, após oxidação. Tanto a tintura associada com H2O2 como a em pó induziram diminuição do índice mitótico. Já a tintura não oxidada (sem H2O2) induziu aberrações cromossômicas e nucleares, indicando que os demais componentes presentes na formulação da tintura, como aminas aromáticas, já possuem potencial citogenotóxico. Os resultados encontrados nos ensaios com modelos vegetais expostos a tinturas oxidativas, bem como o que foi encontrado e reportado na revisão bibliográfica a respeito de tinturas não-oxidativas enfatizam que os componentes das tinturas capilares, seus produtos de oxidação e de metabolização apresentam efeitos nos organismos testados nos mais diversos níveis de toxicidade. Tal fato implica o risco que esses compostos apresentam tanto para seres humanos, que possuem contato direto com os produtos, quanto para o meio ambiente, uma vez que tanto os componentes das tinturas, quanto substâncias derivadas da sua oxidação e metabolização são encontrados em efluentes de indústrias e salões de beleza e podem, por consequência, atingir cursos d’água e contaminar e se bioacumular em outros organismos vivos.