A realeza no Nordeste brasileiro: o (re)encantamento do conto de fadas no romance de cordel

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2020
Autor(a) principal: Kühlewein, Carla
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Estadual Paulista (Unesp)
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://hdl.handle.net/11449/202194
Resumo: O que teria motivado poetas populares a revisitar os contos de fadas europeus? Essa indagação foi o ponto de partida desta pesquisa, que procurou, nas matrizes orais e impressas de romances de cordel no Nordeste brasileiro, compreender a revitalização de arquétipos em figuras da realeza. Mas o que os teria motivado a revitalizar tais arquétipos? Que vozes reverberariam nesse processo? No intuito de elucidar tais questões, um sinuoso trajeto foi percorrido por meio da investigação da mouvence do arquétipo da donzela casta, obediente, à espera de um herói que a salve de um fim incerto, ou mesmo da astúcia deste na conquista pelo seu happy end. Para se viabilizar a resposta a essas questões, promoveu-se um levantamento de romances de cordel que trouxessem no título referências a “Príncipes” e “Princesas”, o qual, devido a sua abrangência, solicitou uma delimitação mediante os mais recorrentes, divididos tematicamente em três grupos: “Príncipe e Princesa”, “Princesas” e “Príncipe”. No conjunto de quatorze narrativas, foram arroladas referências acerca da literatura popular, da oralidade, do conto maravilhoso, da performance e dos para e entretextos, na esteira de Paul Zumthor (1993), Francisco Claudio Alves Marques (2018), Jerusa Pires Ferreira (2016), Edilene Matos (2007) e uma vasta gama de estudiosos. A escuta às vozes que emanam desses textos apontou para os ecos de uma realeza na poesia popular formando um híbrido entre o cavalheiresco e o popular, revelando um herói às avessas, mais próximo dos anseios de leitores e ouvintes do Novo Mundo. Em síntese, os romances de cordel analisados prmovem o (re)encantamento do conto maravilhoso europeu, atribuindo a príncipes e princesas a astúcia do herói popular, a fim de conquistar a empatia dos leitores/ouvintes no contexto do Nordeste brasileiro.