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Impacto de atividades de interação com o ensino básico no programa de pós-graduação em ciências biológicas (genética): formação discente e inserção social

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2021
Autor(a) principal: Barbosa, Cassiane Martins
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Estadual Paulista (Unesp)
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://hdl.handle.net/11449/215772
Resumo: Os programas de pós-graduação têm contribuído consideravelmente para ampliação do conhecimento científico no país, por meio do desenvolvimento de projetos de pesquisa de áreas básicas e aplicadas. Grande parte dos resultados destes projetos tem sido transmitida por meio de artigos científicos direcionados à comunidade acadêmica. Entretanto, atividades de divulgação científica para a sociedade também se mostram importantes como forma de disseminar os conhecimentos produzidos em universidades e centros de pesquisa. A Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES), responsável por subsidiar o Ministério de Educação (MEC) na formulação de políticas públicas para pós-graduação no Brasil, possui instrumentos de avaliação de cursos de mestrado e doutorado que se baseiam não somente na produção intelectual como também em atividades de inserção social e de interação com o ensino básico. Tais atividades podem ser relacionadas a ações de popularização da ciência. Nesse contexto, o Programa de Pós-Graduação em Ciências Biológicas (Genética) do Instituto de Biociências da UNESP (Campus de Botucatu) desenvolve, desde 2007, cursos de férias para estudantes do ensino médio de escolas públicas e materiais didáticos lúdicos diversos como gibis, cartilhas e jogos. Os conteúdos dos cursos e dos materiais produzidos baseiam-se em temas do cotidiano, de forma a integrar conhecimento e diversão, e são desenvolvidos por mestrandos e doutorandos que cursam uma disciplina específica voltada à interação com o ensino básico público, o que representa um diferencial de pluralidade em programas de pós-graduação. Diante disso, o presente trabalho teve como objetivo principal descrever as atividades dos cursos de férias “Experimentando Genética”, direcionados a estudantes do ensino médio, e estudar suas contribuições para a formação acadêmica de pós-graduandos. A avaliação, realizada nos anos de 2018 a 2020, foi do tipo exploratória, de caráter quantitativo e qualitativo que assumiu, como procedimento técnico, o estudo de caso para avaliar dados coletados por meio de questionários e entrevistas baseados na análise de conteúdo do tipo categorial temática. Complementarmente a essas análises, foram também identificados os impactos de tais atividades extensionistas no parecer CAPES desse programa de pós-graduação, por meio de relatórios finais de avaliação deste órgão governamental referentes ao triênio 2007-2009 e ao quadriênio 2013-2016. As ações de interação com o ensino básico apresentam-se como excelentes oportunidades para uma formação mais ampla dos pós-graduandos, especialmente para que estes atuem em ações de alfabetização e divulgação científica, dado que estes se envolveram em atividades que fogem do padrão comumente encontrado em disciplinas de pós-graduação e que exigem o uso de criatividade e transposição da linguagem acadêmica para uma mais coloquial. Com base no questionário aplicado no primeiro dia da disciplina associada aos cursos de férias, foi possível identificar que na pós-graduação um baixo número de alunos participa de ações no âmbito com a educação básica, atividades mais presentes em cursos de graduação. Em contrapartida, os pós-graduandos buscaram na disciplina associada às ações com estudantes de ensino médio uma contribuição à sua formação profissional sobre “prática de ensino” e “contato com a educação básica”. Estes ainda demonstraram a expectativa de que, durante tais atividades, haveria uma troca mútua entre ensino e aprendizagem envolvendo os próprios pós-graduandos e estudantes da Rede Básica de Ensino, e que estas ocorreriam de forma diferenciada, ou seja, efetivamente a prática educativa empregada (processo de ensino) seria correlacionada à didática (técnicas de ensinar e transmitir conhecimentos). Tanto as atividades realizadas nos cursos de férias como os dados levantados com mestrandos e doutorandos indicam que estes puderam atuar como protagonistas no processo de ensino-aprendizagem, capacitando-os para uma prática docente em Genética mais efetiva e envolvente. Em consonância com os resultados apresentados nos questionários e entrevistas realizados com estudantes de pós-graduação, as análises das avaliações CAPES do programa de pós-graduação destacaram a importância das atividades de interação com o ensino básico para a formação discente. Além disso, salientaram a relevância de ações concretas de inserção social por meio da popularização da ciência para uma melhor pontuação do próprio programa de pós-graduação. O presente trabalho também gerou, como objetivo suplementar, um kit educativo voltado à área de citogenética para aplicação em escolas do ensino médio como forma de facilitar um ensino-aprendizagem mais eficaz de temas considerados de difícil compreensão e abstratos pelos alunos. Os dados levantados poderão subsidiar outros programas de pós-graduação na implementação de atividades e materiais de interação com a educação básica, baseados em processos de inclusão e integração social.