Resumo: |
Esta pesquisa fundamenta-se na hipótese de entender a obra da escritora portuguesa Agustina Bessa-Luís como uma enciclopédia aberta. Faz-se necessário, em vista disso, discutir o modo pelo qual a enciclopédia se estrutura e quais temas-chave privilegia. Frisa-se, aqui, que o termo “aberta”, no título deste trabalho, especifica a estética da incompletude ou a poética do inacabado. Justificando a segunda parte do título, nossa reflexão tem também por objetivo identificar traços da composição da escritora portuguesa a partir da concepção de uma escrita entre parênteses, representativa da multiplicação como qualificador do seu método composicional. Estruturalmente, identificamos esse fenômeno pela presença de diferentes níveis narrativos e, consequentemente, de cadeias de sentidos. Sendo assim, procura-se refletir sobre a pluralidade, como Agustina Bessa-Luís vale-se deste aspecto para estabelecer a modalização de vozes, de verdades e de conhecimentos e, assim, dar forma a sua enciclopédia ficcional construída em mais de sessenta obras. Esta pesquisa de doutorado toma como corpus três romances, a saber: A Corte do Norte (1987), Um cão que sonha (1997) e A Ronda da Noite (2006), com algumas incursões pelo texto ficcional paradigmático da autora em foco: A Sibila (1954). |
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