Fibra, metabolismo ácido-básico e balanço de macroelementos em gatos

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2016
Autor(a) principal: Loureiro, Bruna Agy [UNESP]
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Estadual Paulista (Unesp)
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://hdl.handle.net/11449/138190
Resumo: As fibras dietéticas são um grupo de carboidratos de interesse da nutrição de gatos. Estas são utilizadas em formulações específicas para gatos para reduzir a densidade energética de alimentos, previner e/ou auxilar o tratamento de doenças gastrintestinais e metabólicas e também para promover saúde intestinal devido ao estímulo de microorganismos produtores de ácidos graxos voláteis. Contudo, pouca informação existe a respeito das consequências metabólicas do consumo de fibras por gatos, seu efeito na excreção de água e eletrólitos, produção de urina ou mesmo o efeito da absorção de ácidos orgânicos derivados da fermentação microbiana intestinal. Este estudo verificou a influencia da fibra dietetica no balanço hidro-eletrolitico e de macroelementos, produção de oxalato e equilibrio ácido-basico de gatos. Foram utilizados 18 gatos adultos e três dietas: BP0, um dieta controle sem adição de fibra; PB8, com adição de 8% de polpa de beterrada e PB16, com adição de 16% de polpa de beterraba. Após 15 dias de adaptação, o consumo de alimento e água foram monitorados e as fezes e urina foram coletadas durante 8 dias. Neste período foram determinados o balanço hídrico dos animais, densidade, pH e volume de urina e coletadas amostras para determinação da concentração urinária de cálcio, fósforo, cloreto, sódio, potássio, magnésio, enxofre, ácido úrico, citrato e oxalato, para calculo da supersaturação relativa para oxalato de cálcio (SSR OxCa). Também foram determinados tempo de retenção da ingesta no trato digestório, produtos da fermentação nas fezes e excreção de bolas de pelo nas fezes. O equilíbrio ácido-básico dos animais em jejum e no pós-prandial foi acessado por hemogasometria do sangue venoso. Os resultados foram avaliados por meio de contrastes polinomiais (P<0,05). Em resposta a ingestão de fibra, os gatos apresentaram queda na digestibilidade dos nutrientes e aumento da excreção fecal de água (P<0,05), sem alterar a ingestão hídrica, com consequente redução da produção de urina (P<0,05). O pH urinário e a concentração de oxalato foram semelhantes entre tratamentos (P>0,05). O balanço de macroelementos foi influenciado pelo consumo de fibra, alterando a retenção de Ca, K, Mg e S (P<0,05). Estas alterações, no entanto, não se refletiram em aumento da SSR OxCa. Os gatos apresentaram aumento linear da excreção fecal de Na em resposta ao consumo de fibra e aumento na produção de ácidos graxos de cadeia curta e redução linear do pH das fezes (P<0,05). O tempo de retenção do alimento foi menor na dieta PB16 (P<0,05). A análise hemogasométrica dos gatos em jejum foi similar entre grupos, mas na avaliação pós-prandial foi verificada redução linear no pH sanguíneo, bicarbonato e excesso de bases sanguíneo após inclusão de fibra (P<0,05). Absorção de componentes fermentativos da degradação microbiana e a maior excreção fecal de Na e bicarbonato podem explicar as alterações no metabolismo intermediário dos gatos promovidas pela ingestão de fibra. A polpa de beterraba diminuiu o tempo de retenção da dieta no trato gastrointestinal, mas não alterou a excreção de bolas de pelo nas fezes.