Perspectivas biomecânicas de mulheres com osteoartrite de joelho e sua relação com a funcionalidade

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2017
Autor(a) principal: Spinoso, Deborah Hebling [UNESP]
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Estadual Paulista (Unesp)
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://hdl.handle.net/11449/151479
Resumo: Introdução: A osteoartrite é a doença reumática mais prevalente na população, caracterizada por degeneração progressiva da cartilagem articular que resulta em incapacidade funcional. O joelho é a articulação mais comumente afetada, sendo uma das condições clínicas mais incapacitantes da doença. A osteoartrite de joelho (OAJ) não tem cura e a limitação da mobilidade causada pela doença muitas vezes não condiz com os exames de imagem usados como critério de classificação de severidade. O comprometimento do desempenho biomecânico é a principal repercussão da OAJ. Assim, a identificação de variáveis biomecânicas que discriminem indivíduos acometidos pela doença e que são determinantes para garantir o bom desempenho funcional pode contribuir para o diagnóstico mais preciso e auxiliar no direcionamento do tratamento desses pacientes afim de retardar ou prevenir incapacidades. Objetivos: identificar a variável biomecânica que discrimine mulheres com OAJ daquelas na mesma faixa etária sem a doença e estabelecer valores de corte para essas variáveis. O segundo objetivo foi identificar a variável preditora de funcionalidade após dez meses de acompanhamento e propor limiares que indiquem declínio físico-funcional nessa população. Métodos: Participaram do estudo mulheres com idade entre 50-75 anos, com osteoartrite de joelho e mulheres saudáveis, sem histórico de alterações relacionadas a doenças crônico-degenerativas em membros inferiores. Os procedimentos de avaliação foram realizados em dois dias. No primeiro dia foram realizadas as avaliações da mobilidade funcional, aplicação de questionários para verificação do estado de saúde e familiarização com o teste de força. No segundo dia de coleta foi realizada a avaliação do torque isométrico extensor do joelho e avaliação biomecânica da marcha. As avaliações foram repetidas três vezes o grupo com OAJ por um período de dez meses. Para análise dos dados cinemáticos foram calculados: a velocidade, tempo de apoio, tempo de balanço, tempo de passada e tempo de duplo apoio. Os dados eletromiográficos analisados foram: tempo motor, tempo pré-motor, tempo de reação e a co-contração antagonista. Além disso, foi avaliado torque muscular dos extensores de joelho e a taxa de desenvolvimento de torque (TDT). Posteriormente, para análise estatística foi aplicado o teste MANOVA para comparação entre os grupos e ANOVA Medidas Repetidas para comparação das avaliações no grupo OAJ. Para determinação das variáveis preditoras foi feita a Análise da Função Discriminante Step Wise e Área da Curva ROC. Resultados: Mulheres com OAJ apresentaram comprometimento funcional para todas as variáveis analisadas (p<0,05). Para discriminação entre os grupos, foi encontrado que o torque extensor de joelho, TDT inicial e tardia, velocidade da marcha e pontuação no teste funcional foram as variáveis que melhor diferenciaram os grupos com limiares de 1,2 Nm Kg-1, 2,06 Nm.s-1 Kg-1, 1,72 Nm.s -1 Kg-1, 1,07 ms e 9,8, respectivamente. Em relação a limitação funcional ao longo dos onze meses de acompanhamento foi encontrado que a TDT e tempo de apoio são as variáveis biomecânicas que melhor predizem o desempenho funcional, sendo o valor de corte dessas variáveis 1,42 Nm.s-1 Kg-1 e 0,58 segundos, respectivamente. Conclusão: Mulheres com OAJ apresentam comprometimento da mobilidade funcional ao longo do período de onze meses. A TDT é a variável que pode discriminar o grupo em relação a indivíduos da mesma idade sem a doença e predizer o nível de funcionalidade, assim como o tempo de apoio da marcha. Além disso, velocidade de marcha e testes funcionais podem auxiliar a discriminar mulheres acometidas pela doença.