Interação liana-árvore em vegetações com padrões sazonais contrastantes

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2018
Autor(a) principal: Vargas, Betânia da Cunha [UNESP]
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Estadual Paulista (Unesp)
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://hdl.handle.net/11449/166071
Resumo: Lianas são plantas que alocam a biomassa primordialmente para a produção de folhas em detrimento da estrutura de suporte com alta densidade de madeira. Como consequência disso, lianas precisam de outros componentes florestais, geralmente árvores, para alcançar e permanecer no dossel. Uma vez estabelecida essa interação caracteriza-se como antagônica e duradoura, sendo que as lianas são os competidores mais eficientes acima e abaixo do dossel. Isso ocorre, pois, as características foliares e radiculares garantem às lianas rápida absorção e transporte de água e nutrientes, principalmente em períodos de escassez hídrica. Este trabalho teve como objetivo avaliar a interação entre árvores e lianas ao longo de comunidades florestais neotropicais e foi dividido em três capítulos. No capítulo um, fizemos uma revisão sistemática sobre os estudos com lianas na região Neotropical (26ºN-26ºS). Para realizar esta revisão, pesquisamos em bancos de dados especializados, artigos que continham os termos liana*, “climb* plant*”, vine*, trepad*, sem limitação de país, e incluímos somente artigos científicos. Os artigos foram classificados em categorias pré-estabelecidas. Esta revisão encontrou 425 artigos com lianas para a região Neotropical, sendo a maior quantidade destes focados na interação entre árvores e lianas (255) e os demais exclusivos sobre lianas (170). A maioria dos artigos derivou de pesquisas no Brasil e Panamá, em florestas úmidas e floresta sazonal, e os temas de fitossociologia e ecofisiologia prevaleceram nos trabalhos. No capítulo dois, realizamos um levantamento fitossociológico em duas áreas de cerrado e uma floresta semidecidual no estado de São Paulo e incluímos áreas sazonais e não-sazonais disponibilizadas no banco de dados de Alwyn H. Gentry. Constatamos que o modelo proposto de biomassa e acúmulo de carbono foi bem representado e que os fatores climáticos não exerceram efeito direto sobre a biomassa de lianas e nem no estoque de carbono. A biomassa de lianas tem efeito direto e significativo somente com a biomassa arbórea e abundância de lianas, e biomassa arbórea é o único fator com efeito direto e significativo para o estoque de carbono. Por fim, no terceiro capítulo avaliamos as variações sazonais das propriedades foliares e espectrais de árvores e lianas e a possibilidade de distinguir árvores de lianas no cerrado. Nossos resultados mostraram que por meio do espectro de reflectância não foi possível distinguir árvores e lianas. Enquanto que, a área foliar específica e a concentração nutricional nas folhas são fortes atributos para separar árvores e lianas. Portanto, consideramos a importância de incluir estudos em áreas sazonalmente extremas, pois nestes ambientes, assim como em cerrado, lianas podem ter padrões e respostas distintos do que previsto para florestas úmidas. Além disso, destacarmos a relevância do componente arbóreo em detrimento dos fatores climáticos nas florestas neotropicais.