O fitoplâncton como discriminador ambiental dos reservatórios do Sistema Cantareira (SP)

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2016
Autor(a) principal: Santos, Larissa Gonçalves [UNESP]
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Estadual Paulista (Unesp)
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://hdl.handle.net/11449/138959
Resumo: O Sistema Cantareira é um multissistema responsável pelo abastecimento de aproximadamente 55% da população da região metropolitana de São Paulo, atuando diretamente no desenvolvimento econômico e regional. Devido aos diversos tipos de impactos gerados pelas ações antrópicas, o processo denominado de eutrofização, contribui para o aumento da degradação e perda da qualidade da água. Contudo, estudos através da identificação do fitoplanctôn pelos traços funcionais têm contribuído cada vez mais dentro da ecologia, principalmente como ferramenta bioindicadora no monitoramento dos ecossistemas aquáticos. Dessa forma, essa pesquisa tem como objetivo principal caracterizar e comparar sazonalmente as massas de água, do ponto de vista do estado trófico e verificar se há uma distribuição espacial horizontal da comunidade fitoplanctônica ao longo de um eixo longitudinal em cada reservatório e entre os reservatórios utilizando o fitoplâncton como ferramenta de predição ambiental. As coletas foram realizadas em maio/junho (período seco) e em novembro/dezembro (período chuvoso) no ano de 2013, nos reservatórios Jaguari-Jacareí, Cachoeira, Atibainha e Paiva Castro. As análises incluíram variáveis físicas, químicas e clorofila-a da água, bem como análises qualitativas e quantitativas da comunidade fitoplanctônica. Em relação ao estado trófico o reservatório Jaguari nos dois períodos de coleta apresentou alto grau de trofia, exibindo maiores sinais de degradação da qualidade da água, com elevados teores de nitrato, amônio e clorofila-a, no sentido rio/barragem, oscilando de supereutrófico a mesotrófico, e os reservatórios a jusante variaram de mesotrófico a oligotrófico. Foi registrado 252 táxons, distribuídos em 15 classes taxonômicas, sendo as classes Chlorophyceae, Cyanophyceae e Bacillariophyceae, as que mais contribuíram para a riqueza, nos dois períodos de coleta. A densidade algal máxima ocorreu no período chuvoso, com maiores valores no reservatório Jaguari (3.860,970 ind.ml-1) e com maior abundância da classe Cyanophyceae (2.966,832 ind.ml-1), porém os menores valores ocorreram no Paiva Castro (212.208 ind.ml-1). O reservatório Atibainha (ponto rio), no período chuvoso, registrou alta diversidade e baixa dominância, já o reservatório Jaguari (barragem) no período seco, apresentou baixa diversidade e alta dominância da espécie invasora Ceratium furcoides. Através da análise de cluster (presença/ausência), observou-se a divisão de dois grandes grupos e pelo índice de Jaccard verificou-se que as comunidade são taxonomicamente diferentes. As maiores contribuições da biomassa foi no reservatório Jaguari nos dois períodos sazonais, sendo que na seca a espécie Ceratium furcoides foi a que mais contribuíu sobre a biomassa específica e no período chuvoso foi a espécie Aphanizomenon gracile. Com análise de similaridade (ANOSIM) foi possível verificar a heterogeneidade na escala espacial e sazonal, comprovando uma diferença significativa na composição de espécies entre os períodos e entre os reservatórios. E através das análises de correspondência canônica, observou-se que tanto as classes taxonômicas, grupos funcionais segundo Reynolds et al. (2002)/ Padisák et al. (2009) e grupos funcionais baseado na morfologia segundo Kruk et al. (2010), relacionaram-se significativamente entre as variáveis ambientais, apresentando um gradiente longitudinal entre os reservatórios em relação a trofia. Conclui-se que por mais que os agrupamentos taxonômicos e funcionais são ótimas ferramentas para o biomonitoramento, ainda é necessário a utilização de outros meios para complementar de forma eficiente um contínuo monitoramento desses reservatórios e aplicar de forma adequada planos de manejos sustentáveis para uma melhor gestão das bacias hidrográficas.