Diversidade florística e morfoanatômica de comunidades não arbóreas de cerrado sensu stricto frente ao adensamento vegetacional na ausência de fogo

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2016
Autor(a) principal: Pinheiro, Luiz Felipe Souza [UNESP]
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Estadual Paulista (Unesp)
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Luz
Link de acesso: http://hdl.handle.net/11449/137767
Resumo: As espécies não arbóreas são de extrema importância no bioma Cerrado (savana brasileira), constituindo o estrato inferior da vegetação e possuindo riqueza de espécies bem maior que a do componente arbóreo. No entanto, pouco se sabe a respeito das alterações que o avanço de vegetações florestais em ambiente de savana, especialmente em regimes de supressão de fogo, provoca na comunidade não arbórea. Do mesmo modo, são desconhecidas as respostas das espécies desta comunidade frente às mudanças ambientais causadas pelo adensamento da vegetação. Assim, este estudo objetivou investigar as mudanças florísticas, fitossociológicas e de diversidade de comunidades não arbóreas em um gradiente cerrado sensu stricto (ou típico) - cerrado florestado, além de avaliar as características morfoanatômicas foliares dessas espécies frente ao gradiente de adensamento. Para tanto, foi feita uma amostragem do estrato inferior da vegetação visando avaliar sua riqueza florística e sua densidade e frequência em três condições de adensamento: cerrado típico, cerrado denso e cerrado florestado. Parâmetros ambientais destas três condições foram tomados a fim de estimar sua influência sobre os padrões de diversidade. Por fim, foi analisada a morfoanatomia foliar de espécies representativas de cada condição. O adensamento alterou a condição luminosa da vegetação, com as fisionomias mais fechadas apresentando maior índice de área foliar, com menor incidência de radiação fotossinteticamente ativa no estrato inferior. As fisionomias mais fechadas também apresentaram maior umidade e quantidade de fósforo no solo. O cerrado típico apresentou maior diversidade e riqueza de espécies em relação às fisionomias mais adensadas. Assim, os ambientes mais densos e fechados apresentaram um estrato inferior menos rico e dominado por poucas espécies, sendo a luz o principal fator que influenciou a redução da riqueza. Isto se refletiu nos parâmetros morfoanatômicos, já que espécies de cerrado típico apresentaram características foliares com tendência ao xeromorfismo, relacionadas à maior incidência de luz neste ambiente. Deste modo, pode-se esperar que as espécies de cerrado florestado, que apresentaram características mais mesomorfas, sejam favorecidas pelo avanço da floresta sobre a savana em detrimento das espécies típicas de cerrado sensu stricto. Os resultados permitem concluir que a comunidade vegetal do estrato inferior de cerrado típico está sendo severamente prejudicada pelo sombreamento e pelo avanço florestal, na ausência de fogo.