A sessão de mediação no teletandem: um estudo sobre sua estrutura com base na Análise da Conversação

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2021
Autor(a) principal: Sartori, Jéssica Sordi [UNESP]
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Estadual Paulista (Unesp)
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://hdl.handle.net/11449/205105
Resumo: Teletandem é um contexto virtual, autônomo e colaborativo de ensino e aprendizagem de línguas estrangeiras, no qual dois falantes de línguas diferentes utilizam recursos de tecnologia VOIP (texto, voz e imagem de webcam) para interagir com o parceiro praticando a língua estrangeira e auxiliando-o a aprender a sua língua materna (ou de proficiência) (TELLES, 2015). Além da interação, há a previsão de uma assistência pedagógica (EVANGELISTA; SALOMÃO, 2019), que é realizada por mediadores. Estes aconselham os participantes e os incentivam a refletir sobre sua prática como tutores e aprendizes de uma língua estrangeira após a realização da sessão de teletandem. A mediação geralmente é feita por meio de conversas reflexivas em grupo após as sessões de interação na Faculdade de Ciências e Letras da Unesp de Araraquara (FCLAr). O intuito desta pesquisa foi investigar como o mediador guia e lida com a sessão de mediação no teletandem. O referencial teórico que norteia este trabalho destaca: características e princípios do teletandem (SALOMÃO, 2006; TELLES; VASSALO, 2006), a mediação, seus diferentes tipos e os procedimentos usados pelos mediadores (EVANGELISTA; SALOMÃO, 2019; SALOMÃO, 2008; TELLES; MAROTI, 2011; VYGOTSKY, 1994) e também a Análise da Conversação e a sistemática de tomada de turnos de fala (GAGO, 2002; MARCUSCHI, 1986; SACKS; SCHEGLOFF; JEFFERSON, 1974). Trata-se de uma pesquisa qualitativa e interpretativista (DÖRNYEI, 2007), que utiliza um questionário inicial, gravações das sessões de mediação (realizadas de forma presencial antes da pandemia do coronavírus) e uma entrevista final com as mediadoras. Os dados foram analisados sob a perspectiva da Análise da Conversação (AC), pois através dela pode-se depreender que muitas falas ou reações dos mediadores que poderiam passar despercebidas, na verdade são essenciais para a análise dos dados, como por exemplo: o riso e os marcadores verbais e não-verbais. As participantes de pesquisa são três mediadoras do teletandem que já possuem experiência nesse ambiente, sendo que duas cursam pós-graduação em Linguística e Língua Portuguesa e uma está cursando a graduação em Letras. Na análise dos dados, foram estabelecidas as seguintes categorias: abertura da mediação; desenvolvimento da mediação e uso de marcadores verbais; fechamento da mediação; sobreposição de vozes ou falas simultâneas; pares adjacentes e riso. Por meio da análise dos dados verificamos que as mediações eram divididas em três partes, abertura, desenvolvimento e fechamento. Os pares adjacentes pergunta e resposta (SACKS; SCHEGLOFF; JEFFERSON, 1974) movem a mediação, posto que as perguntas das mediadoras incitam respostas dos participantes, juntamente com os marcadores verbais e não-verbais que foram encontrados durante todas as mediações. Os tipos de perguntas predominantes são as abertas e há presença do riso, e da sobreposição de vozes nas três mediações. Todas essas características citadas são marcantes do gênero pedagógico, pois os mediadores constroem empatia junto com os interagentes. Mediante a análise dos resultados baseada na AC pode-se reforçar e comprovar linguisticamente que a mediação é um ato pedagógico. Essa análise propiciou a descrição das mediações e a possibilidade de demarcar a mediação como gênero pedagógico.