Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2018 |
Autor(a) principal: |
Almeida, Márco Túlio Costa [UNESP] |
Orientador(a): |
Não Informado pela instituição |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Tese
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Universidade Estadual Paulista (Unesp)
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Link de acesso: |
http://hdl.handle.net/11449/153090
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Resumo: |
A glicerina bruta tem sido utilizada como ingrediente energético na alimentação dos ruminantes, e devido a sua baixa capacidade de acidificação do ambiente ruminal, a partir de produtos da sua fermentação, pode ser utilizada para evitar distúrbios metabólicos decorrentes de sistemas de confinamento com alto concentrado. Neste sentido, experimentos foram conduzidos com o objetivo de avaliar a inclusão crescente de glicerina bruta (83% de glicerol) em substituição total ou parcial ao milho das dietas para ovinos em confinamento. No experimento 1, foram distribuídos aleatoriamente em baias individuais cinquenta e cinco cordeiros mestiços de 3 meses de idade (Santa Inês × Dorper, 21,7 ± 2,7 kg de peso corporal), dispostos em um delineamento de blocos ao acaso. Foram utilizadas quatro dietas experimentais contendo 0, 10, 20 ou 30% MS de glicerina bruta. Para as avaliações, três animais foram abatidos no final do período de pré-adaptação (d0), doze no final do período de adaptação (d14) e o restante (n = 40) quando atingiram ~35 kg PC. Foram avaliados o comportamento alimentar, o desempenho em confinamento, as características de carcaça e carne, os componentes comestíveis da não-carcaça e os compartimentos do estômago e fígado dos animais. Independentemente da inclusão de glicerina bruta, foram observadas diferenças significativas entre os períodos do confinamento para as variáveis peso inicial e final, GMPD e CMS. A inclusão de mais de 10% de glicerina bruta nas dietas aumentou os dias de confinamento e diminuiu o CMS e o GMPD dos animais. A inclusão também aumentou o número de mastigações e o tempo gasto mastigando por bolo de alimentação. Não houve efeitos da inclusão de glicerina bruta sobre o pH e a cor do músculo Longissimus a 45 min ou 24 h após o abate, bem como sobre as outras características de carcaça e componentes comestíveis não-carcaça. A inclusão de glicerina bruta reduziu a gordura perirrenal, porém sem efeito prejudicial em outros locais de deposição de gordura. Todos os compartimentos do estômago, número de papilas do rúmen e índice mitótico foram maiores para o período final do confinamento. Os tratamentos com glicerina bruta apresentaram maiores pesos de rúmen quando comparados ao tratamento controle no período final do confinamento. No segundo experimento, oito carneiros Santa Inês × Dorper (64,5 ± 8,5 kg de PC) portadores de cânulas ruminais foram distribuídos em um quadrado latino duplo 4 × 4. Foram avaliados os parâmetros ruminais dos animais, tais como o pH, concentrações de N-NH3, AGCC e degradabilidade in situ das dietas, bem como a produção in vitro de gases de efeito estufa e digestibilidade in vitro das dietas. As dietas experimentais continham 0, 10, 20 ou 30% de glicerina bruta. A inclusão de glicerina bruta nas dietas tendeu a promover um efeito quadrático no CMS, com maiores valores observados para tratamentos com 10 e 20% de glicerina bruta. A glicerina bruta tendeu a aumentar o pH ruminal e o N-NH3, mas reduziu linearmente a concentração molar total de AGCC, acético, butírico, isobutírico e isovalérico. A inclusão de glicerina bruta nas dietas diminuiu linearmente a produção total de gases e CO2 (mL/g degradada) e tendeu a reduzir a produção de CH4 (mL/g degradada). Um aumento linear da fração solúvel em água ("a") das dietas foi observado com a inclusão crescente de glicerina bruta. A fração insolúvel e potencialmente degradável ("b") de MS e FDN das dietas foi linearmente reduzida e aumentada, respectivamente. A degradação potencial e efetiva das dietas foi linearmente aumentada com a crescente inclusão do coproduto. Os tratamentos aumentaram linearmente a digestibilidade in vitro da MS e reduziram linearmente a digestibilidade da FDN das dietas. Em conclusão, a inclusão crescente de até 30% de glicerina bruta em dietas para cordeiros mestiços não comprometeu a eficiência alimentar, os compartimentos do estômago e as medidas das papilas do rúmen em ambos os períodos do confinamento. No entanto, a inclusão de 10% de glicerina bruta parece ser a estratégia mais interessante para o período de acabamento, promovendo o maior desempenho animal. A substituição de grãos de milho por glicerina bruta (até 30% MS) altera os parâmetros de fermentação do rúmen, diminui a produção AGCC, e a produção in vitro de gás total e CH4. Além disso, a degradação potencial e efetiva, bem como a digestibilidade in vitro das dietas foram melhoradas com a inclusão de glicerina bruta. Como nenhuma manifestação clínica resultante de acidose ruminal (como abscesso hepático, ruminite e lesões na mucosa ruminal) foi observada, concluímos que todas as dietas foram eficazes na adaptação dos animais. |