Desfechos reprodutivos intergeracionais da exposição oral de ratas Wistar ao dimetanossulfonato de etano durante a prenhez e lactação

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2021
Autor(a) principal: Valencise, Lethicia
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Estadual Paulista (Unesp)
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://hdl.handle.net/11449/204978
Resumo: Hormônios esteroides são fundamentais para a diferenciação sexual, instalação da puberdade e manutenção da fertilidade em animais adultos. Em machos, a esteroidogênese se inicia no período fetal e auxilia no processo de masculinização. Em fêmeas, a esteroidogênese tem início apenas no período pós-natal. Um dos principais hormônios esteroides responsáveis por estes processos é a testosterona, produzida pelas células de Leydig em machos e pelas células da teca em fêmeas. Compostos que comprometem a concentração plasmática de testosterona têm influência direta sobre a fertilidade. O dimetanossulfonato de etano (EDS) é um agente citotóxico para as células de Leydig, causando sua destruição nos 3 dias subsequentes à administração de uma dose única de 75mg/kg de peso corpóreo via injeção intraperitoneal em ratos, com consequente queda da produção de testosterona. Neste trabalho, foram investigados os efeitos da exposição oral materna ao EDS durante a gestação e lactação de ratas Wistar, do dia gestacional (DG) 12 ao 21º dia pós-natal (DPN), sobre as matrizes (F0) e sobre o desenvolvimento e os parâmetros reprodutivos das proles F1 (masculina e feminina) e F2 (masculina). A geração F1 foi avaliada quanto a parâmetros de desenvolvimento físico, sensorial e sexual. Houve atraso na abertura de olhos de fêmeas F1 do grupo EDS. Tanto F0 quanto F1 do grupo EDS apresentaram ingestão de ração e peso corpóreo reduzidos em relação ao controle. Na prole masculina observou-se redução da distância anogenital, peso de testículo e epidídimo, produção espermática diária e redução na inseminação de fêmeas receptivas. Os machos foram acasalados com fêmeas sem tratamento e deram origem à F2. A F2 apresentou redução do peso absoluto do testículo apenas no DPN 21. Na prole feminina da F1, observou-se atraso na instalação da puberdade, redução do peso do útero (DPN 90) e diminuição da contribuição do endométrio para a altura total do epitélio uterino. Essas fêmeas foram acasaladas com machos sem tratamento e eutanasiadas no DG 20 para avaliação de parâmetros de fertilidade. Foi observada a redução do número de corpos lúteos e implantações e aumento no número de reabsorções. Em suma, o tratamento ocasionou redução de peso corpóreo e ingestão alimentar total em F0 e F1, redução do peso de órgãos do sistema genital na F1 masculina (testículo e epidídimo) e feminina (útero) e de parâmetros de fertilidade, bem como redução do peso testicular no início do desenvolvimento da F2. Conclui-se que a combinação das alterações intergeracionais causadas pela ingestão de EDS adicionado ao alimento sólido nas condições acima referidas, leva à redução da fertilidade em ratos, e apresenta um método novo e promissor para o controle populacional de animais sinantrópicos.