A interactividade como fomentadora da ludicidade: tudo fica “típico” quando as crianças brincam na educação infantil

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2017
Autor(a) principal: Watanabe, Denise [UNESP]
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Estadual Paulista (Unesp)
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://hdl.handle.net/11449/152145
Resumo: Esta pesquisa de mestrado, vinculada à linha de pesquisa “Processos Formativos, Infância e Juventude”, do Programa de Pós-Graduação em Educação (PPGE) da FCT/UNESP – Campus de Presidente Prudente – SP, assumiu como objeto central de investigação os eixos estruturadores das culturas infantis interactividade e ludicidade. O interesse pela temática emergiu no decorrer de uma pesquisa de Iniciação Científica (IC) realizada de 2013 a 2015, em uma escola de Educação Infantil situada em um bairro de periferia, localizado em um município do Oeste Paulista. Em consonância com a pesquisa de IC, constatou-se que havia uma carência em compreender e em integrar a interactividade como elemento fomentador da ludicidade. A partir desse fato, fundamentada na Sociologia da Infância, na pesquisa de natureza qualitativa e na metodologia da investigação-ação, buscou-se compreender e aprofundar os conhecimentos de como as relações sociais (interactividade) adulto/criança, criança/adulto e criança/pares infantis se estabeleciam e se efetivavam, tendo em vista fomentar a ludicidade. Como recursos metodológicos utilizaram-se atividades e recursos lúdicos que fossem diversificados e significativos às crianças, como brincadeiras, histórias, fantoches, músicas, brinquedos (cantinhos, emprestados do laboratório CEPELIJ, ou construídos com as crianças, com materiais recicláveis e/ou acessíveis como jornal, cartolina, copinho, barbante, sacola de supermercado, cola, entre outros itens). Para a coleta, a sistematização e a análise dos dados, recorreu-se às observações; as anotações no diário de campo; as fotos; aos diálogos com as crianças e com as professoras. A partir da construção de uma pesquisa realizada com as crianças, do estreitamento dos laços interpessoais, da participação, das expressões e dos relatos infantis no decorrer de toda a pesquisa, ressaltamos a relevância da interactividade como privilegiada fomentadora da ludicidade. Como resultados destacamos a ampliação da cultura lúdica no contexto pesquisado; a (re) significação das crianças nas formas de brincar, de expressar e/ou de imaginar, não se limitando àquilo que era proposto pela pesquisadora, mas indo além; as estratégias criadas por e entre as crianças para adentrar as brincadeiras, para estabelecer e/ou efetivar amizades, ou para superar conflitos e (des) afetos com os pares; as tentativas infantis de transgredir, de negociar ou de burlar normas e regras impostas pelos adultos ou por outras crianças; a transposição de situações reais para o mundo simbólico/imaginário; os relatos e expressões infantis que associavam a “felicidade” (delas ou dos personagens apresentados nas histórias) com o fato de “ter amigos” ou de “ter com quem brincar”; e por fim, no decorrer de toda a pesquisa, o desejo e a solicitação das crianças (participantes da pesquisa em anos anteriores ou de outras seriações, que nunca participaram da pesquisa, mas que sempre observavam) para que as brincadeiras se expandissem e contemplassem também o Ensino Fundamental. Em consonância com a Sociologia da infância, com os eixos estruturadores das culturas infantis e com documentos norteadores que regem a Educação Infantil, concluímos que a interactividade e a ludicidade se complementam, visto que a brincadeira não é inata, mas um elemento cultural, histórico e social que necessita ser ensinado, aprendido e recriado. Portanto, cabem aos adultos (professores, educadores, pesquisadores, diretores, coordenadores, entre outros) pensarem em tempos, em espaços, em recursos, em materiais, em estudos, em práticas e em ações qualitativas, diversificadas e significativas às crianças, de forma a possibilitar, valorizar e ampliar a cultura lúdica nos contextos de Educação Infantil, por meio das interações entre adultos, crianças e pares infantis.