Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2012 |
Autor(a) principal: |
Figueiredo, Daniel de [UNESP] |
Orientador(a): |
Não Informado pela instituição |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Dissertação
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Universidade Estadual Paulista (Unesp)
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Link de acesso: |
http://hdl.handle.net/11449/93202
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Resumo: |
A presente pesquisa visa demonstrar, através da correspondência epistolar do bispo Cirilo de Alexandria, as implicações político-religiosas e administrativas que circundaram o conflito, ocorrido no Império Romano do Oriente, na primeira metade do século V d.C. e que ficou conhecido pela historiografia por Controvérsia Nestoriana. À primeira leitura daqueles documentos, somos direcionados a entender o referido conflito apenas na perspectiva de uma querela teológica entre Cirilo e Nestório, bispo de Constantinopla, que divergiam acerca das naturezas, divina e humana, do Cristo encarnado. O estudo das características que o gênero epistolar assumiu na Antiguidade Tardia e o mapeamento das cartas permitiu-nos traçar as redes de sociabilidade de Cirilo, nas quais detectamos esse bispo negociando interesses político-religiosos com diversos membros da hierarquia eclesiástica ortodoxa, tanto do Oriente quanto do Ocidente, e com funcionários da administração imperial. A análise do contexto em que tais discursos foram produzidos e a utilização das cartas como subsídio, levanos a observar que, embora as divergências entre Cirilo e Nestório estejam representadas naqueles documentos na forma de uma querela teológica, trata-se, contudo, de um conflito político-religioso-administrativo, cujos componentes devem ser analisados em conjunto, uma vez que, para o período em questão, não podemos separar a religião das demais esferas da vida social. Contribuíram, também, para esse viés de análise as evidências de que a hierarquia eclesiástica ortodoxa buscava espelhar a sua organização na estrutura administrativa imperial e que as formulações teológicas acerca da natureza da divindade serviam como ideologia de sustentação do poder imperial, já que, nesse período, a dinastia teodosiana governava ambas as porções do império: a oriental e a ocidental |