Cobertura vacinal e imunidade contra hepatite B em profissionais de saúde da rede pública

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2018
Autor(a) principal: Vanzo, Ketlin Lara Tosta [UNESP]
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Estadual Paulista (Unesp)
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://hdl.handle.net/11449/153285
Resumo: A hepatite B representa um sério problema de saúde pública, devido ao número elevado de indivíduos portadores da doença e às complicações decorrentes de sua evolução. A vacinação é a principal forma de prevenção e torna-se primordial, especialmente, entre os cirurgiões-dentistas e as auxiliares em saúde bucal, devido à exposição frequente à materiais biológicos, instrumentais e ambientes contaminados. O teste anti-HBs, para verificação da imunidade, ainda é um método pouco utilizado pelos profissionais da saúde, pois é pouco relatado na literatura. Considerando a importância da prevenção da hepatite B e a escassez de pesquisas sobre a verificação da imunidade dos profissionais de saúde, no presente estudo objetivou-se avaliar a cobertura vacinal da hepatite B, o resultado do teste anti-HBs, a realização prévia do teste, a interpretação do resultado do mesmo e o recebimento de orientações sobre a doença em cirurgiões-dentistas e auxiliares em saúde bucal do Sistema Único de Saúde de 9 cidades do Noroeste Paulista. Para este propósito, foi aplicado um questionário semiestruturado e auto administrado com questões referentes ao perfil sóciodemográfico, cobertura vacinal, verificação da imunidade e recebimento de orientações sobre a patologia. Para verificar a imunidade à doença, foi utilizado o método imunocromatográfico, por meio do teste anti-HBs. A análise estatística descritiva e os testes Qui-quadrado e Exato de Fisher, ao nível de significância de 5% foram realizados. Do total de 74 cirurgiões-dentistas, 64 (86,48%) aceitaram participar do estudo. A maioria (77,77%) havia realizado o esquema vacinal completo e recebido orientações sobre a doença (78,69%), contudo uma parcela considerável apresentou resultado negativo (37,50%) ao teste anti-HBs. Verificou-se que 60,93% nunca havia realizado o teste e dentre os que já haviam realizado, 40% não sabiam interpretar corretamente o resultado. Em relação aos auxiliares em saúde bucal, do total de 70 profissionais, 63 (90,00%) aceitaram participar do estudo. Embora tenha sido observada associação significativa (p<0,05) entre a realização do esquema vacinal e o recebimento de orientações sobre a doença, apenas 55,56% dos profissionais havia completado o esquema vacinal. Uma parcela considerável (46,03%) apresentou resultado negativo ao teste anti- HBs. Apenas 25,40% dos participantes havia realizado o teste anteriormente ao estudo e destes, somente 31,25% tinham conhecimento sobre o significado correto do resultado. Ocorrência de acidentes com instrumental perfurocortante foi relatada por 50,79% dos profissionais e destes, 46,03% apresentou resultado negativo ao teste de imunidade. Conclui-se que uma parcela considerável dos profissionais não havia realizado o esquema vacinal completo e apresentou resultado negativo para o teste anti-HBs. A maioria dos profissionais havia sofrido algum acidente com instrumental perfurocortante e recebido informações sobre a doença. Apenas uma pequena parte havia realizado o teste anteriormente e sabia interpretar corretamente o resultado. Estes achados evidenciam uma realidade preocupante que sugere que uma parte significativa dos cirurgiões-dentistas e auxiliares em saúde bucal está atuando sem a proteção adequada ao risco de infecção pela hepatite B.