Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2022 |
Autor(a) principal: |
Volpato, Alana Nogueira |
Orientador(a): |
Não Informado pela instituição |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Tese
|
Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Universidade Estadual Paulista (Unesp)
|
Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
|
Departamento: |
Não Informado pela instituição
|
País: |
Não Informado pela instituição
|
Palavras-chave em Português: |
|
Link de acesso: |
http://hdl.handle.net/11449/237290
|
Resumo: |
Diante da tarefa de compreender como a midiatização se instaura no campo político, alterando significativamente as formas de ver e de ser visto, é preciso olhar para o conjunto heterogêneo de atores que participam desses processos. Entre eles, estão os movimentos sociais, que precisam negociar com os critérios de acesso e as lógicas de mídia que constrangem a ação dos atores que pretendem conquistar um lugar no debate público. A injunção da visibilidade, junto aos processos de midiatização, tanto tensiona movimentos sociais a negociar com lógicas de mídia, quanto possibilita experimentações sociais que podem levar a transgressões dessas normas, com resultados variados. Frente a esse contexto, questionamos: de que forma os movimentos sociais contemporâneos formulam suas estratégias de visibilidade? O objetivo geral é compreender de que forma os processos de midiatização se manifestam nas estratégias de visibilidade de movimentos sociais contemporâneos. Como objetos de pesquisa, escolhemos movimentos sociais que se orientam por lógicas divergentes: o Levante Popular da Juventude e o Movimento Brasil Livre. Aliamos as perspectivas teóricas institucional e socioconstrutivista dos processos de midiatização para compatibilizar a abordagem da teoria de movimentos sociais que equilibra estrutura e agência. Entendemos que a visibilidade constitui um campo dinâmico de disputas configurado por interações midiatizadas. Partimos de uma abordagem interacional da estratégia, que considera meios e fins de jogadores que buscam se influenciar em determinadas arenas. Na pesquisa empírica, exploramos a perspectiva dos jogadores, descrevendo processos de formulação, execução e avaliação das estratégias de visibilidade por meio de questionário e entrevistas em profundidade com atores dos movimentos sociais; e as estratégias em arenas que apresentam lógicas para as interações, por meio da análise das inserções dos movimentos em meios noticiosos e de postagens no Facebook, identificando padrões de atuação. Defendemos a tese de que a injunção de formas midiatizadas de visibilidade tensiona movimentos sociais a acionarem lógicas de mídia por meio dos incentivos e constrangimentos oferecidos pelas estruturas de oportunidades midiáticas, que conformam os usos dos repertórios de ação coletiva, movimentando o conhecimento socialmente compartilhado sobre as formas possíveis de reivindicar. Os conjuntos de incentivos e constrangimentos oferecidos em subarenas que compõem a esfera de visibilidade pública podem ser mais ou menos compatíveis com a orientação estratégica geral dos movimentos sociais que se engajam em interações estratégicas com outros jogadores, apresentando vantagens para os atores com os quais tem afinidade, contribuindo para uma distribuição desigual da visibilidade. O tensionamento para acionar lógicas de mídia, assim como as incompatibilidades entre lógicas de jogadores e arena, são equilibrados na agência, em que atores de movimentos sociais ponderam os ganhos e perdas e optam por assimilar, negociar ou transgredir as regras colocadas ao formular suas estratégias de visibilidade. Concluímos que compatibilizar as lógicas dos movimentos sociais e as lógicas da arena é um desafio estratégico essencial colocado para esses atores com os processos de midiatização. |