Consequências do corte periódico do componente lenhoso da vegetação de cerrado

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2016
Autor(a) principal: Giles, André Luiz [UNESP]
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Estadual Paulista (Unesp)
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://hdl.handle.net/11449/138007
Resumo: O cerrado em seu sentido amplo apresenta fisionomias que englobam formações campestres, savânicas e florestais, que estão associadas a uma interação de fatores, principalmente climáticos, edáficos e históricos de perturbação. É evidente que na ausência de qualquer agente perturbador, formações vegetais abertas, como campo e savana, se adensem pelo aumento no recrutamento de espécies arbóreas, transformando-se em formações florestais. O contrário também ocorre, formações florestais na presença de incêndios frequentes modificam-se para formações abertas, como savana e campo. No entanto, aqui mostramos que essa evolução é ocasionada por outro agente perturbador além do fogo. Demonstramos que a perturbação pelo corte periódico do componente lenhoso em fisionomia florestal favorece a instalação de espécies mais frequentes em formações savânicas. O principal fator ecológico que se modifica com a perturbação é o microclima, principalmente pelo aumento na intensidade luminosa. Esse aumento provavelmente age na quebra de dormência do banco de sementes e no auxílio do desenvolvimento de espécies que provavelmente rebrotaram através de estruturas subterrâneas. O solo não apresentou diferenças físico-químicas capazes de favorecer ou ser um fator determinante na seleção de espécies campestres ou savânicas nas áreas perturbadas. O que constatamos é que a quantidade de recursos no solo influencia as respostas das comunidades vegetais de cerradão após a perturbação. Desse modo, a supressão do componente lenhoso do cerradão induz mudanças florísticas discretas nas comunidades vegetais sobre solo com maior quantidade de nutrientes, menor acidez e menores teores de alumínio e variações mais acentuadas em ambientes com solo de menor quantidade de nutrientes, mais ácido e com maiores teores de alumínio. Isso indica que ambientes com maior disponibilidade de recursos conseguem se recuperar mais rapidamente que os ambientes com menor disponibilidade de recursos, conferindo maior resiliência após um evento de perturbação.