Efeito da poluição de uma megalópole sobre o zooplâncton e a contaminação por microplásticos no médio rio Tietê (SP)

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2023
Autor(a) principal: Silva, Gabriel Mariano
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Estadual Paulista (Unesp)
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://hdl.handle.net/11449/243184
Resumo: A poluição é uma consequência das diversas atividades que nós, seres humanos, realizamos no dia a dia. Grande parte dela é incorporada aos rios, muitas vezes sem o tratamento adequado. De um modo geral, os efeitos da eutrofização já são bem conhecidos, mas os impactos da poluição extrema sobre a biota aquática ainda precisam ser melhor dimensionados. O descarte irregular de material inorgânico, como plástico, também caracteriza um grave distúrbio ambiental. Por ano, milhões de toneladas desse material são irregularmente descartadas e vão parar em rios e oceanos. Dentro dessa problemática existe um tema que exige uma atenção ainda maior: os microplásticos (MPs), que compreendem polímeros particulados com tamanho inferior a 5 milímetros. Eles representam uma ameaça a biodiversidade e por isso é muito importante compreender melhor como se distribuem nos ambientes e como interagem com a biota. O zooplâncton, foco do estudo, é um grupo biológico que está diretamente ligado a qualidade das águas e é de suma importância para a manutenção de ambientes saudáveis. Esse projeto teve por objetivo avaliar os efeitos da poluição do rio Tietê, altamente impactado pelos despejos domésticos e industriais da região metropolitana de São Paulo, sobre as condições limnológicas e a estruturação da comunidade zooplanctônica, assim como a contaminação de suas águas por microplásticos. Além do rio Tietê, amostrou-se uma lagoa lateral de seu próprio curso e um tributário sem influência de centros urbanos, para fins comparativos. Amostragens foram realizadas em dois períodos (final do chuvoso e seco). A qualidade da água mostrou-se muito diferente entre esses três ambientes. Os valores médios das concentrações de nitrogênio e fósforo no rio Tietê foram, respectivamente, 30 e 60 vezes mais elevados que no tributário no período seco. Na lagoa, a concentração de clorofila a chega a ser 550 vezes maior. Ao todo foram encontrados 66 táxons, sendo 8 espécies de Copepoda, 16 espécies de Cladocera e 41 espécies de Rotifera. A lagoa teve a maior abundância e o tributário a maior riqueza, enquanto o rio Tietê esteve num intermediário entre os dois ambientes. Microplástico foi encontrado em todas as amostras de água analisadas. As concentrações variam de 35 partículas/m³ no rio do Peixe até 814 partículas/m³ no Tietê. A maior parte dos MPs encontrados corresponde a frações menores, entre 0,053 e 0,250 mm, e a “cor” predominante é a transparente para todos os ambientes. Quanto à forma, mais de 80% de todas as partículas foram fibras. Sazonalmente, a quantidade de MPs nos ambientes mais contaminados (rio Tietê e sua lagoa marginal) foi no período de abril, apesar da diferença em relação ao período de agosto não ter sido estatisticamente significativa. No rio do Peixe observou-se o inverso, embora as diferenças tenham sido menores. Esse estudo mostra a importância da manutenção da qualidade da água para a conservação da biodiversidade em ecossistemas aquáticos.