Subúrbio, morro e terreiro: a geografia da prática cultural dos negros em meio ao processo de urbanização da cidade do Rio de Janeiro entre 1890 e 1940

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2010
Autor(a) principal: Silva, Marcelo Pereira da [UNESP]
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Estadual Paulista (Unesp)
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://hdl.handle.net/11449/95682
Resumo: Através deste estudo procuramos debater de forma interdisciplinar a respeito do desdobramento sócio-espacial ocasionado pela reforma urbana realizada no início do século XX na cidade do Rio de Janeiro e continuada por gestores municipais ao longo do século, que mantiveram a lógica burguesa de apropriação do espaço, resultando em sérios impactos sobre as camadas mais pobres da população e, por sua vez, sobre a espacialização das manifestações culturais dos negros, seja no campo religioso, cultural ou festivo. Nossa intenção está justamente em ter como foco principal as práticas religiosas e culturais dos negros na cidade do Rio de Janeiro, fazendo o contraponto com a consolidação de uma sociedade burguesa inspirada nos padrões europeus de comportamento, o que por sua vez acarretou em repressão e rearranjos espaciais para os demais setores sociais. Observa-se na atualidade a nítida divisão do espaço no que tange à prática religiosa, pois enquanto os cultos cristãos tais como catolicismo e protestantismo, reconhecidos socialmente, tem livre fixação em qualquer área da cidade, não vemos na mesma proporção a presença de centros de candomblé e umbanda. O presente trabalho busca traçar a relação entre as mudanças dos conceitos comportamentais da sociedade carioca em inícios do século XX e o peso que essas alterações tiveram sobre os hábitos dos negros e brancos pobres. A absorção do conceito europeu de civilização, sobretudo de influência francesa, estava em desacordo com a conduta dos populares que habitavam o centro do Rio de Janeiro. Muitos trabalhos já se debruçaram sobre os aspectos urbanísticos, habitacionais e sociais que a Reforma Pereira Passos e os governos subseqüentes tiveram sobre a população carioca, porém não encontramos até o presente momento estudo que tente fazer a relação entre a citada reforma e a religião...