Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2018 |
Autor(a) principal: |
Bueloni, Tricya Nunes Vieira |
Orientador(a): |
Não Informado pela instituição |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Tese
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Universidade Estadual Paulista (Unesp)
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Link de acesso: |
http://hdl.handle.net/11449/153283
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Resumo: |
Introdução: Hemodiálise (HD) é a modalidade de terapia renal substitutiva mais amplamente utilizada no mundo e o uso de cateteres venosos centrais (CVC) tem aumentado como forma primária de acesso vascular para HD. Apesar da vantagem de obtenção imediata de acesso, a forte associação do CVC com infecções de corrente sanguínea (ICS), elevada morbidade e mortalidade vem direcionando inúmeros estudos com a finalidade de prevenir infecções relacionadas ao CVC na população em HD, destacando-se estudos com uso de lock terapia profilática. Diversas substâncias foram testadas em lock terapia profilática, porém a comparação entre drogas com ação antimicrobiana e antibióticos foi pouco estudada, sem determinação da melhor solução para profilaxia. Os objetivos deste trabalho foram comparar a eficácia do uso de antibioticoterapia em lock gentamicina + cefazolina versus o uso de taurolidina + citrato em relação às taxas ICS relacionadas a cateteres tunelizados e às complicações relacionadas à lock terapia (resistência bacteriana e oclusão trombótica). Métodos: Estudo Quasi-experimental, prospectivo e comparativo em dois centros de diálise, incluindo CVC tunelizados para HD com inserção no momento do estudo. Foram implantados 145 CVC em 127 pacientes, seguidos durante 15 meses consecutivos. Os pacientes foram alocados em cada grupo de acordo com o centro de hemodiálise pertencente: Grupo 1: 65 pacientes (77 CVC) em uso de antibiótico em lock (gentamicina 7,2 mg/ml + cefazolina 12 mg/ml + heparina 3500UI/ml). Grupo 2: 62 pacientes (68 CVC) em uso de taurolidina + citrato 4% + heparina 500UI/ml (taurolockTM –Hep 500). A densidade de incidência de infecção foi calculada pelo número de eventos por 1000 cateteres-dia. Curvas de sobrevida livre de ICS, IOS e complicação mecânica foram realizadas pelo método de Kaplan Meyer, bem como análise de regressão de Cox, incluindo as variáveis: grupo, sítio de cateter, tempo em hemodiálise até o implante, comorbidades, idade e doença de base. Resultados: Os dois grupos foram semelhantes quanto ao sexo, idade, doença de base, comorbidades e tempo em HD. Não houve diferença entre os grupos quanto às prevalências de IOS e de ICS e densidade de incidência de ICS (G1=0,79 e x G2=1,10 eventos por 1000 cateteres-dia, p=0,18) e de IOS (G1=2,45 x G2=1,83 eventos por 1000 cateteres-dia, p=0,37). Os grupos também foram semelhantes quanto ao tempo livre de infecção e retirada do CVC. Porém, os grupos diferiram quanto aos agentes etiológicos nas IOS, sendo os Gram positivos oxacilina resistentes mais frequentes no grupo 1 (38,7% x 5%, p=0,017) e quanto aos motivos da retirada do CVC, sendo a utilização da FAV maior no grupo 2 (0 x 33,3%, p<0,001) e a oclusão trombótica mais frequente no grupo 1 (52,6 x 25%, p=0,028). Na análise de regressão de Cox, o sítio em veia jugular foi fator protetor para retirada de cateter por todas as causas (HR: 0,41; IC 95% 0,19- 0,91) e por complicação mecânica (HR: 0,16; IC 95% 0,065-0,41) e apenas o IOS foi fator de risco para retirada do cateter por todas as causas (HR: 1,79; IC 95% 1,04-3,07) e por complicação mecânica (HR: 5,64; IC 95% 1,65-19,33). Conclusão: A eficácia de ambas as soluções (antibióticos e antimicrobianos não antibióticos) em lock foi semelhante na prevenção das infecções relacionadas ao CVC tunelizado para HD. Entretanto, no grupo gentamicina/cefazolina houve maior presença de cepas resistentes à oxacilina. O maior número de bactérias resistentes à oxacilina no grupo gentamicina/cefazolina alerta para riscos de indução de resistência bacteriana com uso profilático de lock com antibióticos em CVC de longa permanência. |