Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2020 |
Autor(a) principal: |
Logis, Berno |
Orientador(a): |
Não Informado pela instituição |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Dissertação
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Universidade Estadual Paulista (Unesp)
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Link de acesso: |
http://hdl.handle.net/11449/193596
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Resumo: |
Este trabalho é o resultado da pesquisa que teve como principal objetivo investigar a atuação do homem mestiço Julien Raymond por meio de lutas em defesa de sua categoria racial “os homens livres de cor”, e acaba por paulatinamente ampliar sua luta pela liberdade dos escravizados, pela independência de São Domingos, colônia francesa que se torna mais tarde o Haiti. Raymond homem letrado e de posse e quem tem sua parte de sua origem na escravidão, inicialmente fundamentava suas reivindicações por igualdades políticas e raciais entre brancos e pessoas de cor. Do lado oposto, o grupo escravista que trabalhava pela manutenção da escravidão, era liderado pela porta voz Moreau de Saint Méry recusava de forma sistemática as reivindicações por meio do discurso da supremacia da raça branca. Apesar disso Raymond seguiu multiplicando as estratégias e estabelecendo contato com personagens na Assembleia Constituinte como Abade Grégoire, Antoine Cournand cujo objetivo era o de conseguir a representação política capaz de levar suas reivindicações tanto à administração colonial quanto à metrópole. Neste momento Raymond publicou em 1789 textos e cartas onde apontou o surgimento do preconceito racial e suas diferentes fases na sociedade escravista, suas influências nas decisões jurídicas tomadas pela metrópole. Embora diversas tentativas da população mestiça nas lutas pelos direitos, apenas em abril de 1792, praticamente um ano após a rebelião dos escravizados da região norte que o decreto de 1792 permite aos homens de cor alguns direitos. Um ano mais tarde o contexto político influenciado pelo movimento da massa dos escravizados, a metrópole foi obrigada decretar a abolição geral na colônia. Nesta dissertação analisamos as diferentes facetas da sociedade que envolve a questão da desigualdade racial e do preconceito de cor. O primeiro capítulo trata dos eventos da Revolução iniciada com a revolta em 1791, analisando quatro documentos; duas Constituições (1801) e (1805) e a Declaração dos Direitos do Homem e de Cidadão de 1789 e o Código negro de 1685. Estes documentos são fundamentais para compreender o cenário político na colônia. Em seguida apresentamos uma análise das repercussões da abolição da escravidão entre alguns intelectuais do chamado movimento iluminismo e do Hegel, em particular. E por fim, nós encerramos o trabalho debatendo as questões do preconceito de cor, privilégios a partir dos textos e cartas de Julien Raymond como também das produções do grupo escravista conhecido como Clube Massiac. |