Bioatividade do extrato etanólico de sementes de Annona mucosa Jaqc. sobre Chrysodeixis includens (Walker) (Lepidoptera: Noctuidae) e Anticarsia gemmatalis Hübner (Lepidoptera: Erebidae)

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2020
Autor(a) principal: Souza, Camila Moreira de [UNESP]
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Estadual Paulista (Unesp)
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://hdl.handle.net/11449/204582
Resumo: Chrysodeixis includens (Walker) (Lepidoptera: Noctuidae) e Anticarsia gemmatalis Hübner (Lepidoptera: Erebidae) são importantes pragas desfolhadoras para diferentes plantas cultivadas, especialmente na soja [Glycine max (L.) Merrill], onde são consideradas espécies-chave da cultura. Os inseticidas botânicos podem constituir em uma valiosa ferramenta frente aos problemas recorrentes dos métodos convencionais de controle, uma vez que majoritariamente apresentam menor toxicidade para mamíferos e organismos não-alvo e por se adequarem aos preceitos da produção orgânica ou de base ecológica. Visando encontrar alternativas para o manejo de lagartas desfolhadoras da cultura da soja, a bioatividade do extrato etanólico de sementes de Annona mucosa Jacq. (Annonaceae) foi avaliada sobre C. includens e A. gemmatalis e comparada ao inseticida comercial botânico à base de limonoides (Azamax® 1,2 EC, azadiractina + 3-tigloilazadiractol) por meio de ensaios de laboratório e semi-campo. Nos ensaios preliminares (bioensaio de ingestão), o extrato etanólico de sementes de A. mucosa (ESAM) (CL50 de 452,38 e 66,91 mg kg-1 para C. includens e A. gemmatalis, respectivamente) apresentou um nível de atividade comparável ou superior ao do bioinseticida Azamax® 1,2 EC utilizado como controle positivo. Adicionalmente, o ESAM apresentou uma ação mais rápida que o controle positivo Azamax® 1,2 EC e efeito inibidor sobre o desenvolvimento dos insetos. Em condições de semi-campo, a emulsão aquosa do ESAM e Azamax® 1,2 EC ocasionaram mortalidades larvais acima de 95% para ambas as espécies-praga expostas aos folíolos de soja tratados. Tal atividade foi semelhante à obtida com o inseticida comercial sintético à base de flubendiamida (Belt 480 SC). Em adição, os efeitos tóxicos subletais do ESAM sobre lagartas de C. includens e A. gemmatalis foram avaliados após 24 h de exposição a meio artificial tratado em laboratório e após 168 h em semi-campo por meio de exposição a folíolos de soja tratados nas CL`s 50 previamente estimadas para cada espécie, ESAM não ocasionou deterrência alimentar para lagartas de terceiro ínstar de C. includens e A. gemmatalis expostas ao meio artificial tratado. Em condições de semi-campo, ESAM não afetou as espécies estudadas quanto à mortalidade e desfolha após 72 h de exposição. Foram registrados índices de mortalidade de 38 e 44 % para lagartas de C. includens e de 27 e 39% para lagartas de A. gemmatalis após 120 e 168 h, respectivamente. Embora não tenha sido constatado significativo efeito deterrente alimentar nos ensaios, verificou-se uma redução na desfolha ocasionada por ambas as espécies após 120 e 168 h de exposição, sugerindo uma redução no consumo ao longo do tempo em decorrência da toxicidade pós ingestão do extrato. Além do efeito letal tóxico, os resultados demonstraram a promissora bioatividade do ESAM em concentrações não letais sobre lagartas de C. includens e A. gemmatalis, ressaltando o potencial deste derivado botânico como ferramenta no manejo integrado de lepidópteros-praga.