A psicossomática como expressão da linguagem: considerações pelo viés da multimodalidade pulsional

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2022
Autor(a) principal: Prestes, Vivian Rafaella
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Estadual Paulista (Unesp)
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://hdl.handle.net/11449/237517
Resumo: O tema desta tese surgiu a partir das questões clínicas referentes ao corpo como via de expressão que, muitas vezes, por não ser materializada a fonte do seu sofrimento, recebe o diagnóstico de ser um quadro psicossomático. Assim, o objetivo desta pesquisa é discutir as elaborações teóricas a respeito da psicossomática para construir, fundamentando-se na psicanálise, uma proposta reflexiva sobre esse tema. Para isso, a metodologia utilizada foi a de uma pesquisa teórica e conceitual com a finalidade de apresentar, primeiramente, as principais teorias psicanalíticas sobre psicossomática, passando pela Escola de Chicago, a Escola de Paris e alguns pesquisadores atuais, como Dejours e McDougall. Constata-se, de maneira geral, que a comunidade psicanalítica afirma que os pacientes com essa afecção manifestam uma falha simbólica. Tal argumentação, ao ser explorada, mostra-se equivocada por equivaler linguagem e produção oral. Freud e Lacan também são autores importantes para a construção da reflexão sobre esse assunto: Freud, ainda que não tenha mencionado a expressão psicossomática, elaborou alguns conceitos que possibilitam articular com a temática em questão, como corpo, sintoma, neurose atual e pulsão; Lacan, por sua vez, teorizou sobre o fenômeno psicossomático e apontou alguns caminhos explicativos, como a fixação no autoerotismo e a falha no registro simbólico. Diante das diversas perspectivas teóricas possíveis para abordar a psicossomática, o conceito de pulsão foi o eixo condutor nesta pesquisa por ser o que opera o entrelaçamento entre o psíquico e o somático. A partir desse constructo metapsicológico, foi possível desenvolver a hipótese de que a psicossomática é uma expressão da linguagem, um traço singular que faz a pulsão circular ou não. Por fim, a título de ilustração, a obra “Palavras por dizer”, de Marie Cardinal, traz a narrativa da sua experiência com o corpo, sobre o sangrar como traço psicossomático e os desdobramentos disso em sua análise, o que possibilitou pensar os recursos próprios que cada sujeito encontra para inscrever e escrever a linguagem pulsional, logo, o corpo como linguagem.