Abordagem multimétodo em apatita na Bacia do Rio do Peixe, nordeste de São Paulo: considerações sobre os processos de metamorfismo, exumação e erosão na Faixa Brasília Meridional

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2024
Autor(a) principal: Bilhar, Jaqueline Dickel [UNESP]
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Estadual Paulista (Unesp)
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://hdl.handle.net/11449/257111
Resumo: A aplicação da geo-termocronologia em sedimentos de rios atuais (SRA), combinada com a análise geoquímica de elementos traço, incluindo elementos terras raras (ETR), pode fornecer importantes informações sobre a proveniência, fertilidade e exumação das fontes de sedimentos. Com aproximadamente 50 km de extensão, o Rio do Peixe (RP), localizado na região nordeste do estado de São Paulo, percorre uma região caracterizada por encostas íngremes, fortemente influenciadas por controles estruturais. O RP atravessa uma variedade de litologias, compostas principalmente por fragmentos e rochas gnáissicas e graníticas, formadas desde o Arqueano até o Neoproterozoico e situadas na porção meridional da Faixa Brasília. Durante o trabalho de campo, foram coletadas amostras tanto do embasamento rochoso quanto de sedimentos do Rio do Peixe (SRP), com o objetivo de obter informações sobre episódios de cristalização/metamorfismo, fertilidade e exumação das fontes de sedimentos aluviais. Para isso, buscou-se aplicar a análise multimétodo na mesma ablação do grão de apatita, usando espectrometria de massa com plasma indutivamente acoplado por ablação à laser (LA-ICP-MS). Essa abordagem permitiu aprimorar os métodos de dupla datação U-Pb e Traço de fissão (TF) e integrar a análise geoquímica de elementos traço. Os dados U-Pb na apatita para todos os grãos revelaram uma idade central de 587,5 ± 3,5 Ma, relacionada com o Ciclo Orogênico Brasiliano/Panafricano. A idade central TF de 157,4 ± 8,3 Ma para todos os grãos sugere um resfriamento da região anterior ao rifteamento do paleocontinente Gondwana. Por meio da modelagem térmica, a amostra do embasamento (RPE-2) indicou um episódio de reaquecimento entre 200 Ma e 120 Ma, associado com eventos compressivos na borda ocidental do paleocontinente Gondwana e posteriormente com a abertura do oceano Atlântico. Já as idades TF em SRP indicaram uma tendência para idades mais antigas (cerca de 180 Ma) na porção intermediária da bacia hidrográfica, sugerindo processo de inversão do relevo. A quantidade de apatitas encontradas no sedimento diminuiu ao longo do curso do rio, com predominância das apatitas ígneas máficas (IM), seguidas pelas apatitas de baixo e médio grau metamórfico (BM), apatitas de alto grau metamórfico (AM) e apatitas ultramáficas (UM). As apatitas IM e BM apresentaram idades similares em torno de 585-594 Ma para U-Pb e 157-167 Ma para TF. Já as apatitas UM registram as idades centrais mais antigas (668 ± 56 Ma para U-Pb e TF de 221 ± 104 Ma), enquanto as apatitas do tipo AM possuem as idades U-Pb e TF mais novas e restritas (580 ± 12 Ma e 128 ± 26 Ma, respectivamente).