A singularidade da teoria da prudência na ética nicomaqueia de Aristóteles

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2020
Autor(a) principal: Araújo, Marcos Henrique de [UNESP]
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Estadual Paulista (Unesp)
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://hdl.handle.net/11449/191676
Resumo: A finalidade desta pesquisa é investigar a respeito da teoria da prudência, a partir do conteúdo do Livro VI da obra aristotélica Ética a Nicômaco, os motivos e implicações que levaram o filósofo de Estagira a enaltecer o conceito de prudência como virtude distinta da sabedoria. A originalidade do filósofo será apresentada em contraste evidente com as tradições éticas que o antecederam. Aristóteles figura entre os mais destacados escritores na área dos estudos filosóficos. Sua fama se deve, em grande parte, por sua vasta produção literária e pelo conteúdo altamente original e inovador, tanto no campo da metafísica, como da retórica, da poética e da ética como também pelo legado que ele deixou para a filosofia até a contemporaneidade. É também no campo da ética que sua capacidade inovadora se mostrou decisiva por inserir em sua teoria da prudência algumas diferenças significativas em relação às escolas filosóficas que o precederam. Discutiremos não somente o sentido da prudência, tencionado pelo filósofo, mas também como esta nova abordagem interfere na forma de se conceber a relação entre virtude ética e intelectual, felicidade, deliberação e mediania. Discorreremos sobre as vias propostas por Aristóteles para o agente moral alcançar o bem supremo da vida, a felicidade, e como a prudência exerce um papel de suma importância na assim denominada via virtuosa. Daremos evidente ênfase à via virtuosa sem descuidar de discorrer, ainda que de forma sucinta, a respeito da via contemplativa. Investigaremos também temas correlatos tais como sabedoria teórica, técnica, ciência e métodos de conhecimento, disposições éticas, educação do agente moral e o papel da experiência na formação do caráter e da estabilidade moral. A vida contingente, mais do que a realidade imutável será objeto de nossas mais extensas investigações. Ao discorrer sobre as implicações decorrentes da teoria da prudência na Ética Nicomaqueia de Aristóteles daremos atenção especial a casos nomeados pelo filósofo como paradigmáticos – Príamo, Tales, Anaxágoras e Péricles – para, a partir deles tecer considerações e investigar, tanto quanto possível as diversas e intrincadas relações que a prudência tem com a busca pela felicidade, a atividade contemplativa e a vida política bem como a possibilidade ou impossibilidade de se aprender e ensinar a virtude, em especial a virtude da prudência.