O lugar-comum do som e sua transfiguração: gesto, material e escritura na composição musical

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2021
Autor(a) principal: Gati, Tiago C. Mantovani [UNESP]
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Estadual Paulista (Unesp)
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Som
Link de acesso: http://hdl.handle.net/11449/204851
Resumo: Este trabalho propõe investigar o processo de abertura ao território amplo dos sons na composição musical e seus desdobramentos no âmbito da escritura contemporânea em diálogo com a produção composicional do autor. A noção de timbre é adotada como ponto de partida nesse processo na medida em que historicamente representa a materialidade do som frente a um imaginário e a uma técnica composicionais que passam por alterações profundas a partir da virada do século XIX ao século XX. É desta maneira que o material musical adquire, especialmente a partir de um ponto de inflexão, qual seja, o surgimento da música eletroacústica desde fins dos anos 1940, estados de expansão e ambiguidade que afetarão diretamente a escritura instrumental e vocal. Nesse sentido, uma incursão no campo do gesto circunscreve as correspondências do material e suas implicações inesperadas e imprevisíveis na escuta. O gesto lança-se enquanto medialidade que expressa o lugar do objeto sonoro em seu movimento no fato musical, expressa a relação mutável da música com seus meios, na medida em que sua própria historicidade carrega para o âmago do material as transformações do fato musical, que passa a admitir a experiência do sonoro em diversas matizes. De uma perspectiva histórica que não se pretende linear, identificam-se marcos importantes enquanto fundamento estético para que se investiguem categorias composicionais na música instrumental e vocal que desdobrem a própria noção de timbre, permitindo refletir como a escritura instrumental revela modelos composicionais que pretendem expandir um espaço parametrizado de unidades discretas, que salta do paradigma exclusivo da nota a uma relação intrínseca com o paradigma do som. Certamente, não se pretende apontar um caminho único, mas sim contribuir para um diálogo entre obras que se apresentam como soluções possíveis para essa problemática e o próprio desenvolvimento composicional ao longo deste processo.