Valores na contemporaneidade: a escola como valor

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2019
Autor(a) principal: Conde, Kelly Regina
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Estadual Paulista (Unesp)
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://hdl.handle.net/11449/181500
Resumo: Na pós-modernidade líquida, onde os valores sofrem uma constante relativização, estando a serviço do indivíduo e de seus desejos, torna-se uma tarefa difícil a tentativa de identificar conteúdos morais que possam ser considerados universais. Um modo que se mostra eficaz para que possamos compreender os comportamentos morais dos indivíduos (relação com os deveres) é conhecer a perspectiva ética adotada por eles. Essa noção, chamada de personalidade ética, implica que valores e normas morais só possuem força motivacional quando associados à identidade. Nas interações sociais, os valores são construídos e não estão predeterminados nem são simples internalizações do exterior, resultando das ações que o sujeito exerce no mundo objetivo e subjetivo em que vive. Algo torna-se um valor para o sujeito se ele projeta sentimentos positivos, ou um contravalor, caso as projeções sejam de sentimentos negativos. Pensando sobre a escola, se o ambiente proporciona ao sujeito a sensação de bem estar, respeito, aprendizagem significativa, a instituição escolar pode tornar-se alvo de projeções afetivas positivas, portanto constituindo-se em valor para ele. Caso contrário, em um ambiente de humilhações e desrespeito, é provável que esse espaço torne-se alvo de projeções afetivas negativas, não se constituindo como um valor para ele, mas sim um contravalor. Por isso, cabe analisarmos o modo como os alunos percebem o ambiente escolar, identificando as percepções dos estudantes sobre suas escolas, por meio do instrumento que avalia o clima escolar. Com o objetivo de investigar se a escola pode ser considerada um valor pelos estudantes, verificamos se estes desejam mudar de escola, se há correlação entre o desejo de mudar de escola e a falta de cuidado com o ambiente escolar, e se o modo como as relações ocorrem na escola influencia a constituição da escola como valor. O trabalho, de natureza quantitativa, utiliza parte de uma pesquisa maior que utilizou questionários para avaliar o clima das escolas de uma cidade do noroeste paulista. Selecionamos itens do questionário destinado aos alunos, que se relacionam ao tema valores. Participaram da pesquisa 1.031 alunos matriculados nos 7ºs, 8ºs e 9ºs anos do Ensino Fundamental de 4 diferentes escolas da Rede Estadual de Ensino da cidade de São José do Rio Preto – SP. Analisando as respostas dos estudantes, temos que, dentre as quatro escolas analisadas, duas apresentam a maioria dos alunos que constituem a escola como valor e duas não. Os dados apontam relação entre a constituição da escola como valor e o cuidado com o ambiente escolar. Outros fatores, como a percepção de sentido na aprendizagem e a relação com os colegas, também apresentam influência sobre a percepção dos alunos - para que considerem a escola como um valor.