Genética molecular na identificação de espécies de raias exploradas comercialmente no estado de São Paulo

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2020
Autor(a) principal: Oliveira, Raul Barrera Camacho
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Estadual Paulista (Unesp)
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://hdl.handle.net/11449/192937
Resumo: As raias são elasmobrânquios que apresentam o corpo achatado dorso-ventralmente, além de cinco a sete pares de fendas branquiais que se encontram na região ventral do corpo e nadadeiras peitorais desenvolvidas e fundidas à cabeça. No Brasil, existem 29 espécies de raias em perigo de extinção de acordo com a Lista Vermelha da IUCN. As espécies de raias comercializadas muitas vezes são de difícil identificação devido à descaracterização, o que pode ser solucionado com o uso da técnica DNA Barcode, a qual é um sistema de identificação molecular baseado em uma sequência de DNA mitocondrial Citocromo Oxidase subunidade I (COI), atuando como código de barras de DNA de cada espécie. Esse sistema tem sido utilizado com êxito para identificar amostras que são comercializadas descaracterizadas e de forma ilegal. Desta forma, a técnica de DNA Barcode foi utilizada para a identificação de amostras de raias comercializadas em peixarias no estado de São Paulo e na CEAGESP, com o intuito de identificar quais são as espécies utilizadas no comércio e se atualmente ocorre a venda de espécies ameaçadas de extinção, assim como validar a técnica como ferramenta de rotina para controle de qualidade relacionado ao mercado de raias. Foram coletados 239 amostras, das quais 82 foram identificadas como espécies de raias, sendo elas Paratrygon aiereba (40,24%), Gymnura altavela (14,63%), Potamotrygon motoro (13,41%), Hypanus dipterurus (10,98%), Atlantoraja castelnaui (9,76%), Hypanus americanus (4,88%), Atlantoraja platana (2,44%) e Bathytoshia centroura (2,44%), das quais B. centroura, P. aiereba, G. altavela e A. castelnaui possuem o comércio proibido pela Portaria Portaria 445/2014 por estarem em risco de extinção no país. Das 157 amostras restantes, 151 não apresentaram uma extração de DNA de qualidade, provavelmente devido ao uso de aditivos alimentares com o uso comercial proibido ou restrito, além de 6 amostras identificadas como as espécies de bactérias Shewanella putrefaciens ou Shewanella baltica, as quais estão relacionadas ao estado de putrefação do pescado. A técnica de DNA Barcode se mostrou eficiente para a identificação para espécies de raias, sendo uma alternativa para substituir a identificação morfológica, usada atualmente pelos órgãos competentes responsáveis pela fiscalização desses produtos.