Para falar com Deus: Jean Gerson e o ensino da contemplação aos simples (França, séculos XIV e XV)

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2018
Autor(a) principal: Almeida, Letícia Gonçalves Alfeu de
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Estadual Paulista (Unesp)
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://hdl.handle.net/11449/155882
Resumo: No início do século XV, o chanceler da Universidade de Paris, Jean Gerson (1363-1429), tomava a iniciativa de escrever textos religiosos em francês, destinando-os àqueles que não eram iniciados no latim e não possuíam formação teológica – os “simples” como ele os designava. Nos tratados La Montaigne de Contemplation e La Mendicité Spirituelle, o teólogo arriscou tratar do estágio mais elevado da experiência espiritual cristã: a possibilidade de contato direto entre o devoto e Deus na vida temporal, a “contemplação”. Com isso, alargava para o mundo dos iletrados um assunto antes restrito ao dos monges, teólogos e dos letrados que dispunham de acesso à escrita latina – que até então encerrava o saber sobre aquele modo excepcional de relação com o divino. A proposição não nova, mas reformulada em um contexto de ampliação das práticas devotas e de redefinição dos saberes, com a concorrência das universidades, é o alvo desta pesquisa. Com foco nesse modelo de devoção proposto pelo teólogo francês, o trabalho examinará o papel de tais ensinamentos num momento em que, nas regiões urbanas do reino da França, as práticas devocionais apresentavam uma grande vitalidade, com interesse cada vez maior pelas formas de aproximação pessoal com Deus. Trata-se de interrogar que tipo de condutas e práticas Jean Gerson almejava para os homens e mulheres comuns do reino, e em que medida foi possível destinar-lhes, naquela altura, um modelo e um método de devoção contemplativa, isto é, fundados na meditação, no silêncio e no recolhimento.