A questão da neutralidade nas relações Rússia-Sérvia

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2019
Autor(a) principal: Menezes, Gustavo Oliveira Teles de [UNESP]
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Estadual Paulista (Unesp)
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://hdl.handle.net/11449/182169
Resumo: O trabalho tem como objeto a perspectiva da Rússia sobre a neutralidade da Sérvia, isto é, a política do país balcânico de não entrada em alianças militares como a OTAN e seu não alinhamento às políticas ocidentais contrárias à Rússia, como sanções e outras resoluções de caráter oficial, que implicam a potencial limitação da integração da Sérvia à União Europeia. Precisamente, objetiva-se compreender: as motivações de tal postura por parte da Rússia com respeito à Sérvia; as razões pelas quais Rússia e Sérvia não desenvolveram uma aliança militar e os motivos pelos quais Moscou não buscou incluir o país dos Bálcãs de forma plena nos projetos de integração política, econômica e securitária liderados pela Rússia; e a maneira como a pauta da neutralidade evoluiu nas relações bilaterais. Nesse sentido, o trabalho avança três argumentos principais. Em primeiro lugar, a defesa russa da neutralidade sérvia se deve primariamente a considerações políticas-ideacionais: ainda que o peso da Sérvia em termos geopolíticos e militares possua significado periférico para Moscou, o posicionamento externo do país balcânico implica uma convergência com as concepções russas sobre a arquitetura de segurança na Europa no Pós-Guerra Fria. Em segundo lugar, a opção pela defesa da neutralidade se impôs sobre a de uma aliança militar e da inclusão plena da Sérvia em projetos de integração russos em virtude, além da indisposição sérvia para tanto, da percepção de repercussões periféricas do posicionamento da Sérvia para a segurança da Rússia na rivalidade desta última com as potências ocidentais. Soma-se a isso, por fim, a percepção de que os Bálcãs, para a Rússia, não constituem uma fonte de interesses da mesma ordem que o espaço pós-soviético. Finalmente, no que diz respeito à assertividade e aos meios utilizados pela Rússia na defesa da neutralidade sérvia, a atuação de Moscou refletiu as mudanças no padrão de relações com os EUA e a União Europeia, bem como o alcance de capacidades e interesses russos nos Bálcãs. A pesquisa fundamenta-se na revisão de literatura e na análise de documentos, declarações, decisões de políticas e da cobertura jornalística pertinente aos assuntos discutidos.