A prática clínica do enfermeiro na Estratégia Saúde da Família: um estudo de representações sociais

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2017
Autor(a) principal: Parenti, Luciana Cristina [UNESP]
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Estadual Paulista (Unesp)
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://hdl.handle.net/11449/150429
Resumo: O objetivo desta pesquisa foi analisar a prática clínica do enfermeiro que atua na Estratégia Saúde da Família, a partir da perspectiva de enfermeiros e gestores envolvidos com essa prática. Adotou-se a abordagem qualitativa de pesquisa, e foi fundamentado em princípios da Teoria das Representações Sociais. Para coleta de dados, realizada em 2016, foram aplicadas entrevistas semiestruturadas a gestores de saúde e/ou responsáveis técnicos das áreas envolvidas com a Atenção Primária à Saúde e a enfermeiros de unidades de saúde da família de cinco municípios-sede de uma regional de saúde do Estado de São Paulo. Os depoimentos obtidos foram sistematizados segundo técnicas de análise de conteúdo temática, sendo discutidos com base no quadro teórico-conceitual da Clínica Ampliada e Compartilhada. As representações apreendidas revelaram-se convergentes em considerar que, no contexto em foco, a integralidade do cuidado deve permear a prática clínica dos profissionais. Contudo, elas também evidenciaram que as relações profissionais-usuários seguem pautadas no saber/poder dos primeiros, com pouca valorização da participação ativa dos segundos nos processos de cuidar. Para os participantes do estudo, a clínica do enfermeiro encontra espaço de prática nas consultas de enfermagem, mostrando limitações e enfrentando tensões institucionais contrárias para se dar de forma autônoma e resolutiva. Os achados desta pesquisa confirmam o distanciamento da prática profissional em foco, das premissas da Clínica Ampliada e Compartilhada e permitem inferir que, mesmo sendo uma prática sustentada pelas políticas, programas e legislação correlatos, ainda se mostra pouco reconhecida como tal. Considera-se que esse reconhecimento se fará presente na medida em que haja investimento político, institucional e das equipes de saúde para redesenhar o saber e o fazer dos enfermeiros, compartilhando com os usuários esse processo. A inclusão da escuta qualificada na prática clínica do enfermeiro se desvelou como rascunho promissor desse redesenho. Estudos futuros sobre a prática desse profissional na Atenção Primária à Saúde, incluindo outros membros da equipe de saúde e os usuários, são recomendados para reforçar o compromisso de qualificação permanente de profissionais do Sistema Único de Saúde, com vistas à necessária produção de saúde no país.