Desenvolvimento de nanoemulsões biocompatíveis como sistema de liberação intraocular do celecoxibe.

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2019
Autor(a) principal: Perissinato, Aline Gravinez
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Estadual Paulista (Unesp)
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
RD
OVR
DR
AMD
RVO
Link de acesso: http://hdl.handle.net/11449/183193
Resumo: O celecoxibe (CEL) é um inibidor específico de ciclooxigenase 2 e vem sendo estudado também como inibidor da atividade angiogênica em razão de sua propriedade de inibir o fator de crescimento endotelial vascular (VEGF). Devido às suas características físico-químicas, o CEL possui baixa solubilidade em água e alta permeabilidade, sendo classificado como fármaco pertencente à classe 2 do Sistema de Classificação Biofarmacêutica. Alguns anti-inflamatórios não esteróides têm sido utilizados por via tópica no tratamento de grande parte das doenças do segmento anterior dos olhos, mas também apresentam bom prognóstico para o tratamento de doenças do segmento posterior dos olhos, tais como a retinopatia diabética (RD), degeneração macular relacionada à idade (DMRI) e oclusão venosa retinal (OVR). Na maioria dos casos as concentrações locais dos fármacos no segmento posterior dos olhos não conseguem atender às necessidades quantitativas e temporais dos estímulos dessas doenças quando administrados pela via oral, ocular tópica ou parenteral sistêmica. Assim, o objetivo deste projeto foi desenvolver e caracterizar nanoemulsões (NEs) biocompatíveis visando à administração intraocular do CEL. Os sistemas nanoemulsionados contêm Fosfatidilcolina de Soja (FS) e Tween®20 (Tw) como tensoativos, Captex®200 como fase oleosa e tampão fosfato de potássio pH 7,2 como fase aquosa. As NEs foram desenvolvidas e sua nanoestrutura foi caracterizada através do diâmetro médio de gotículas onde as NEs vazias apresentaram diâmetro médio da ordem de 40 nm com um Potencial Zeta de -7,24 mV enquanto que as NEs carregadas com o CEL tiveram seus diâmetros aumentados em até 245 nm com um Potencial Zeta de -19,30 mV. Os ensaios reológicos revelaram que o comportamento tixotrópico das amostras é altamente dependente da composição das NEs. As medidas de microscopia de luz polarizada, espalhamento de raios-X a baixo ângulo e difração de raios-X indicaram que na NE vazia não há alteração da nanoestrutura, enquanto que na NE carregada com CEL há uma alteração estrutural com maior grau de ordenação. Esses resultados também revelaram que o aumento da razão O/T na mistura fase oleosa/sistema tensoativo, permite maior incorporação do fármaco no interior das gotículas, aumentando de 28 mg/mL para 80 mg/mL e que o perfil de liberação de todas as NEs foram do tipo saturação, com liberação inicial lenta, mas que se ajustou ao modelo cinético de Weibull. Os experimentos de atividade anti-angiogênica in vivo, utilizando o peixe-zebra (Danio rerio) Tg(fli1:EGFP), mostraram que o CEL livre e a NE com 5µM do CEL exibiram efeito na inibição da angiogênese ocular específica, inibindo o crescimento de vasos sanguíneos na região da retina. Assim, a associação do CEL com a NE indica uma nova alternativa no tratamento para as doenças relacionadas com a angiogênese excessiva, já que até o momento, o CEL tem sido administrado na forma de solução em DMSO.