O estatuto científico da ciência cognitiva em sua fase inicial: uma análise baseada na perspectiva epistemológica de Thomas Kuhn

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2019
Autor(a) principal: Valente, Alan Rafael [UNESP]
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Estadual Paulista (Unesp)
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://hdl.handle.net/11449/181089
Resumo: Nesta Dissertação desenvolvemos uma análise do estatuto científico da ciência cognitiva, em sua fase inicial, mais especificamente no período entre as décadas de 1940 e 1970. Como ponto de partida, utilizamos a abordagem epistemológica de Thomas Kuhn sobre as revoluções científicas. Para alcançar esse objetivo, dividimos a dissertação em três capítulos. No primeiro, expomos alguns dos principais conceitos relacionados à abordagem de Kuhn referentes à estrutura das revoluções científicas. Um dos conceitos-base dessa perspectiva é a noção de paradigma. Um paradigma estabelece e norteia a atividade de uma comunidade científica. Ele é constituído, dentre outras coisas, por teorias empiricamente testáveis, métodos de pesquisa, experimentos, formas de procedimentos, conjuntos de leis e princípios. Indica, ainda, os problemas a serem desenvolvidos pela comunidade científica, determinando uma agenda científica. Via de regra, a fase inicial de uma nova área de pesquisa é marcada por um momento de luta paradigmática, caracterizando-se pela existência de diversos paradigmas rivais. Desde o momento em que um deles passa a ser dominante, a área de pesquisa alcança o estatuto de ciência normal. Uma vez apresentada, de maneira geral, a abordagem de Kuhn, no segundo capítulo passamos a tratar da ciência cognitiva em sua fase inicial. Ainda com raízes na cibernética, esse movimento intelectual, em seus primeiros momentos, almejava instaurar uma ciência dos processos cognitivos. Essa perspectiva adota por princípio metodológico a concepção de que certas máquinas servem de modelo do processamento cognitivo e são fundamentais para o seu entendimento. Buscamos avaliar se, em sua fase inicial, a ciência cognitiva já começa como ciência normal ou se ela começa como pré-ciência. Para isso, analisamos a história da ciência cognitiva, procurando compreender os seus problemas, princípios metodológicos, principais características. Por fim, no terceiro capítulo, retomamos a problemática levantada no decorrer da Dissertação e apresentamos as noções de modelo e representação no começo da ciência cognitiva, expondo dois modelos adotados naquele momento: as Máquinas de Turing e as Redes Neurais Artificiais. Com isso, averiguamos em que medida poderíamos identificar a existência de paradigmas nesta área de pesquisa e se algum deles seria dominante. Por fim, tratamos de duas de suas grandes vertentes, o cognitivismo e o conexionismo, avaliando se elas configurariam paradigmas rivais. Indicamos razões para fundamentar e consolidar a hipótese de que a ciência cognitiva não começa como ciência normal, o que procuramos explicitar em nossas considerações finais.