Comunicação acústica em Megaichnus major

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2024
Autor(a) principal: Munhoz, Marcelo Schereiber
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Estadual Paulista (Unesp)
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://hdl.handle.net/11449/255166
https://orcid.org/0000-0001-6499-0427
Resumo: Megaichnus major são estruturas naturais subterrâneas atribuídas à Xenarthra Mylodontidae (preguiças-gigantes), representadas por túneis e salões escavadas durante o Plioceno e Pleistoceno. Há evidências de comportamento gregário em Mylodontidae, sendo necessário estimar a propagação sonora dentro dos túneis. Estimativas com base no ouvido médio de Lestodon sp. e Glossotherium robustum atribuem uma faixa de frequência auditiva de 44 Hz até 16.490 Hz. Este trabalho descreve experimentos de propagação do som dentro de M. major em várias frequências e distâncias do solo. Os experimentos ocorreram na M. major (Uru-01-P2) nas coordenadas Lat -27o 57’ 54,7’’ e Long -49o 30’ 33,2’’, um conjunto de túneis, trincheiras e dolinas, numa altitude de 1036m, no município de Urubici, Santa Catarina, Brasil. Escolheu-se o túnel Uru-01-P2 integralmente preservado, de secção elíptica, sem preenchimento, colapso do teto ou erosão do piso; com 15m de comprimento e 2,15m de altura média, atingindo altura máxima de 2,85m; 1,14m de largura média, atingindo largura máxima de 1,30m. Foram gerados tons puros nas frequências de 100 Hz, 600 Hz, 1.700 Hz, 2.300 Hz, 15.300 Hz e 16.500 Hz; com constante nível de intensidade 65 dB SPL. Com um decibelímetro mediu-se o nível da intensidade em dB SPL a partir da fonte nas distâncias de 3m, 6m, 9m e nas alturas de 0,1m, 1,2m e 2m. Foi observado que ao longo do túnel P2 houve atenuação reduzida (2-3 dB SPL) em frequências menores (100-600Hz). A propagação do som próximo ao solo obteve melhor desempenho em relação às mesmas distancias em alturas diferentes. Notou-se também que a geometria dos túneis gerou o “efeito de estetoscópio”, a magnificação da intensidade do som em certas frequências. Estas frequências, portanto, se propagam com menor atenuação em relação aos de maior frequência, e portanto, seriam mais eficientes para a comunicação dos Mylodontidae no ambiente fossorial.