Ocorrência, caracterização fenotípica e genotípica de linhagens de Corynebacterium pseudotuberculosis isoladas de linfonodos de ovinos com e sem linfadenite

• Ano de defesa: 2013
• Autor(a) principal: Zamprogna, Thiago de Oliveira
• Tipo de documento: Dissertação
• Tipo de acesso: Acesso aberto
• Idioma: por
• Instituição de defesa: Universidade Estadual Paulista (Unesp)
• Palavras-chave em Português: Linfadenite caseosa; Corynebacterium pseudotuberculosis; Microbiologia; Caseous lymphadenitis; Microbiology
• Link de acesso: http://hdl.handle.net/11449/234834

A linfadenite caseosa ovina se caracteriza pela complexidade etiológica, embora Corynebacterium pseudotuberculosis seja considerado o micro-organismo mais frequentemente isolado de ovinos e caprinos em vários países. O exame microbiológico ainda é considerado o método mais prático na rotina de diagnóstico da doença, porém a citologia aspirativa com agulha fina (CAAF) vem sendo utilizada nos últimos anos no diagnóstico à admissão de animais em exposições com sinais clínicos da doença. Recentemente, o diagnóstico molecular tem-se mostrado promissor na identificação do micro-organismo e biovares. O presente estudo investigou a ocorrência de micro-organismos, a caracterização fenotípica e genotípica de linhagens de Corynebacterium pseudotuberculosis isoladas de linfonodos de ovinos com e sem linfadenite. Foram citoaspirados 197 linfonodos de ovinos apresentando linfadenite (submandibulares, parotídeos, pré-femorais, poplíteos, pré-escapulares) sugestivos, clinicamente, de linfadenite caseosa, visando o diagnóstico microbiológico e citológico. Os animais eram provenientes de 14 rebanhos da região centro oeste e sudoeste do estado de São Paulo. Paralelamente, foram colhidos 202 linfonodos viscerais (mesentéricos e/ou mediastínicos), sem sinais aparentes de linfadenite, obtidos na linha de abate de frigorífico. O material colhido de todos os animais com e sem linfadenite foi submetido ao cultivo microbiológico e exame citológico. Os isolados de C. pseudotuberculosis foram submetidos ao teste de sensibilidade microbiana “in vitro” frente à ampicilina, azitromicina, ceftiofur, enrofloxacino, eritromicina, florfenicol, penicilina G, rifampicina e sulfadiazina/trimetoprim, além da confirmação diagnóstico pela PCR-multiplex para detecção dos genes 16S rRNA, rpoB e pld. Adicionalmente, foi realizado inquérito epidemiológico dos principais fatores de risco associados a linfenite caseosa nos criatórios. Foram isoladas 86 linhagens de C. pseudotuberculosis, das quais 64 (74,0%) foram confirmadas como C. pseudotuberculosis pela PCR-multiplex No diagnóstico citológico foram consideradas positivas 97 (49,2%) amostras que possuíam micro-organismos pleomórficos ou de aspecto “corineforme”. Das 202 amostras colhidas de linfonodos mediastínicos e mesentéricos de ovinos de abatedouro foi observado predomínio de isolamento de estafilococos, estreptococos e enterobactérias. Em nenhuma destas amostras foi isolado C. pseudotuberculosis. Foi observado alto “odds ratio” e associação estatística (P<0,05) para a presença da doença em ovinos em idade reprodutiva, em propriedades com histórico de comercialização de animais. Infere-se no presente estudo o predomínio de C. pseudotuberculosis na casuística da linfadenite caseosa ovina na região estudada. Apesar da alta sensibilidade “in vitro” de C. pseudotuberculosis aos diferentes antimicrobianos testados, o tratamento da doença geralmente é ineficaz, indicando a necessidade de adoção de medidas rigorosas de profilaxia e controle da doença nos criatórios, particularmente quanto à movimentação de animais. Foi observada também boa concordância entre a CAAF e o cultivo microbiológico, e entre o cultivo microbiológico e a PCR, reforçando que a associação de métodos aumenta a eficácia do diagnóstico de C. pseudotuberculosis na linfadenite caseosa ovina.