Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2022 |
Autor(a) principal: |
Campos, Bruno Galvão de |
Orientador(a): |
Não Informado pela instituição |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Tese
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
eng |
Instituição de defesa: |
Universidade Estadual Paulista (Unesp)
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Link de acesso: |
http://hdl.handle.net/11449/217593
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Resumo: |
Após a proibição das tintas anti-incrustantes à base de tributilestanho, o DCOIT (4,5-Dicloro-2- octilisotiazol-3(2H)-ona) tornou-se um dos biocidas anti-incrustantes mais utilizados. Além de ser considerado um contaminante pseudopersistente em áreas com alto tráfego de embarcações e tóxico para espécies não-alvo, a bioacumulação e a transferência trófica de DCOIT em organismos marinhos permanece desconhecido. O presente estudo está dividido em três capítulos que: I) apresentam, como revisão crítica, uma compilação de dados toxicológicos e ambientais dos biocidas mais comuns, e usa essas informações para uma avaliação de risco ecológico (ERA) dos 11 biocidas anti-incrustantes aprovados pela UE (PT21), que indicaram que DCOIT, diuron, diclofluanida, clorotalonil, CuSCN, Cu2O, medetomidina e zineb representam risco para ecossistemas costeiros. II) avaliou a degradação de DCOIT, Irgarol, Diuron e Diclofluanida durante uma fase de equilíbrio de sedimentos de 24 horas em três tempos e concentrações através de modelos de degradação cinética, resultando nas seguintes meias-vidas: DCOIT e Diuron: < 5 h; diclofluanida < 2 h; e Irgarol < 6h. Os resultados também indicaram que exceto diclofluanida, os biocidas anti-incrustantes mostraram que em 6 horas de equilíbrio a taxa de degradação é reduzida drasticamente. III) Investigou os efeitos subletais (bioquímicos, celular e histopatológico) de concentrações ambientalmente relevantes de DCOIT na ostra neotropical Crassostrea brasiliana exposta a concentrações crescentes de DCOIT. este estudo mostrou que o DCOIT causa efeitos negativos sobre C. brasiliana em todos os níveis de organização biológica. IV) Avaliou a toxicidade da água e do sedimento total do DCOIT no seguintes espécies: Perna perna (bivalve), Echinometra lucunter (ouriço-do-mar) Artemia sp (crustáceo), Nitrocra sp (copépode) e Tiburonella viscanna (anfípode). Os dados de toxicidade foram usados para calcular os pontos finais de perigo e risco ambiental que foram comparados com valores obtidos para as espécies temperadas, revelando que os organismos pelágicos tropicais estavam em média 1,7 vezes mais sensível ao DCOIT em comparação com espécies não tropicais. Para sedimentos DCOIT possivelmente apresenta risco na Coréia, Japão, Espanha, Malásia, Indonésia, Vietnã e Brasil. V) Investigou a bioacumulação, biomagnificação e transferência trófica de DCOIT e SiNC-DCOIT (um alternativa de nanoengenharia e menos toxica comaprado com o DCOIT) da microalga Tetraselmis chuii ao mexilhão Mytilus galloprovincialis durante a uptake de 24h e depuração de 72h, o que mostrou que os mexilhões internalizaram e metabolizaram rapidamente tanto DCOIT e SiNC-DCOIT, sendo considerados não bioacumuláveis. No entanto, a exposição via alimentar indicou que DCOIT e SiNC-DCOIT tem capacidade de biomagnificação. VI) avaliou os efeitos subletais de curto e longo prazo de formas nanoestruturadas de biocidas (DCOIT; Ag; SiNC-DCOIT; SiNC-DCOIT Ag) e a nanocápsula “vazia” (SiNC) em juvenis de Crassostrea gigas após 96 h e 14 dias de exposição, indicando que o SiNC-DCOIT apresentou um perfil de toxicidade inferior ao biocida livre. No geral, nossos resultados geraram dados ecotoxicológicos importantes para um contexto que permitirá previsões mais precisas de risco para o ambiente marinho. Os resultados também indicou que as áreas costeiras próximas a portos e marinas são hotspots de contaminação de antiincrustantes sendo considerados os locais mais ameaçados, exigindo, portanto, um controle rigoroso das taxas de liberação e regulamentação rigorosa sobre essas áreas |