Caracterização da motilidade e morfologia gastrintestinal em camundongos BALB/c e C57BL/6J

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2019
Autor(a) principal: Sales, Loyane Almeida Gama
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Estadual Paulista (Unesp)
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://hdl.handle.net/11449/181781
Resumo: A contratilidade do músculo liso e o trânsito gastrintestinal (GI) são importantes parâmetros da motilidade, cujas alterações podem comprometer a absorção de nutrientes e a biodisponibilidade de fármacos. Diversos fármacos apresentam efeitos adversos associados ao trato GI e, mesmo aqueles utilizados para controlar esses efeitos, podem provocar alterações importantes na motilidade ainda pouco conhecidas. Camundongos das linhagens C57BL/6 e BALB/c são amplamente utilizados nas pesquisas biomédicas, entretanto poucos estudos consideram os parâmetros motores GI. Diante de métodos escassos para avaliar a motilidade in vivo e da importância de conhecer a fisiologia básica dos camundongos, bem como o efeito de fármacos sobre o trato GI, objetivou-se: 1) desenvolver protocolo para avaliação da contratilidade duodenal e trânsito gastrintestinal por meio da Biosusceptometria de Corrente Alternada (BAC), e avaliar comparativamente a morfologia e função gastrintestinal de camundongos das linhagens BALB/c e C57BL/6J e, 2) avaliar o efeito GI do tratamento com cisplatina e a influência da dexametasona como antiemético. A partir deste trabalho foi possível implementar um protocolo experimental inédito, por meio da BAC, para avaliar a contratilidade duodenal e o trânsito gastrintestinal em camundongos. Após prévia implantação de marcador magnético no duodeno de camundongos, observou-se uma alta e uma baixa frequência de contração, expressas em ciclos por minuto (cpm). BALB/c e C57BL/6J apresentaram uma alta frequência de 40 cpm, enquanto a baixa frequência em BALB/c foi de 29 cpm e de 23 cpm no C57BL/6J. A amplitude de contração média não foi alterada em nenhuma frequência ou linhagem. Para determinar o trânsito GI, os camundongos ingeriram ração magneticamente marcada e tiveram as fezes monitoradas durante 10 horas. BALB/c eliminaram 87% do material magnético, enquanto C57BL/6J retiveram a maior parte no lúmen GI durante a avaliação. Parâmetros relacionados aos tempos de trânsito foram lentificados na linhagem C57BL/6J comparados a BALB/c. Animais BALB/c apresentaram camada muscular gástrica mais espessa, embora a mucosa apresente tamanho similar entre as linhagens. A muscular duodenal não diferiu entre as linhagens, porém BALB/c apresentaram maior profundidade de cripta e menor altura de vilosidades. Na segunda parte deste estudo, ambas as linhagens de camundongo com implante prévio de marcador magnético na serosa gástrica apresentaram contratilidade gástrica (frequência e amplitude) similares em condições controle. Os grupos BALB/c e C57BL/6J tratados com 7,5 mg/Kg de cisplatina apresentaram redução do consumo de ração e da frequência de contrações gástricas. A amplitude de contrações aumentou significativamente em BALB/c, os quais também tiveram diminuição das camadas muscular e mucosa devido à cisplatina. Após a administração de 2,0 mg/Kg de dexametasona previamente ao tratamento com cisplatina, animais BALB/c apresentaram melhora na frequência gástrica e a mucosa foi restabelecida. Entretanto, o uso dos dois fármacos diminuiu a frequência, aumentou a amplitude de contrações e comprometeu a morfologia gástrica em animais C57BL/6J. Sintetizando, há diferenças importantes na fisiologia GI e nas respostas aos tratamentos farmacológicos entre as linhagens, fatos que devem ser considerados na seleção do modelo experimental de qualquer estudo.