O projeto editorial na coleção Meu amigo escritor: entre práticas e identidades

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2022
Autor(a) principal: Granato, Flavia Furlan
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Estadual Paulista (Unesp)
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://hdl.handle.net/11449/244683
Resumo: A presente tese tem como objetivo estudar as estratégias de produção de livros de literatura infantojuvenil voltados para alunos do Ensino Fundamental, buscando descrever os mecanismos semióticos subjacentes ao discurso didático e editorial manifestados nas obras. O córpus é composto, especificamente, de dois livros da Coleção Meu Amigo Escritor, organizada por Álvaro Cardoso Gomes e publicada pela editora FTD: O poeta que fingia, de Álvaro Cardoso Gomes e O poeta do exílio, de Marisa Lajolo. Partimos do pressuposto de que o livro infantojuvenil faz parte de uma prática editorial e que, além de seu fim mercadológico, anuncia, como um de seus propósitos, aproximar, por meio de uma prática didática “facilitadora”, os estudantes das noções de literatura e leitura. Sob esse aspecto, esta pesquisa busca descrever o processo semiótico de organização de tais livros, distinguindo as instâncias das práticas (cenas predicativas), das estratégias (práticas enunciativas) e dos textos-enunciados (verbais, visuais e sincréticos) que o produzem, na qualidade de objetos autônomos. Segundo nossa hipótese, além das práticas editorial e didática, que são dominantes, as práticas mercadológica, científica e literária também teriam uma função específica na sua organização geral, com vistas à produção de um discurso unívoco. A relevância dessa pesquisa dá-se por três vias: discute a presença do livro impresso em sala de aula e suas projeções discursivas; descreve como os enunciadores-práticos se projetam em tais obras, confirmando ou não a natureza didática ou facilitadora da obra; e avança nos estudos relativos às práticas semióticas, propondo encaminhamentos metodológicos que demonstram sua pertinência e aplicabilidade. A pesquisa é fundamentada pela semiótica francesa, em especial as propostas teóricas da semiótica discursiva, das práticas e visual, tendo em vista os estudos de Jacques-Fontanille sobre os “níveis de pertinência da análise semiótica”, de Jean-Marie Floch acerca das questões de “visualidade”, de José Luiz Fiorin no que tange à enunciação; e a contribuição de Gérard Genette para a noção de “paratextos”.