Influência da sazonalidade e do sexo na hematologia, na citoquímica e na bioquímica do estresse oxidativo e metabólico de Chelonoidis carbonarius (Spix, 1824), mantidos em cativeiro

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2020
Autor(a) principal: Castro, Gabriela Santos
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Estadual Paulista (Unesp)
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://hdl.handle.net/11449/193068
Resumo: As variações sazonais nos fatores bióticos e abióticos influenciam no metabolismo de répteis, principalmente por serem animais ectotérmicos. Assim, os organismos dependem de ajustes comportamentais, morfológicos, fisiológicos e bioquímicos para a manutenção da homeostase. Os ajustes ocorrem, também, em mudanças ambientais tidas como comuns, ou seja, sazonais; a sazonalidade do sudeste do Brasil consiste na divisão entre as estações seca e chuvosa. A avaliação de alterações biológicas decorrentes de potenciais efeitos sazonais é realizada por meio da utilização de biomarcadores. Alterações no estado fisiopatológico do organismo frente a mudanças ambientais são indicadas por esses biomarcadores, de forma a auxiliar no entendimento da biologia da espécie e como ela se ajusta fisiologicamente às condições ambientais. O objetivo do trabalho foi analisar se o sexo e a sazonalidade (estações seca e chuvosa) promovem interferências na resposta fisiológica de indivíduos de Chelonoidis carbonarius (espécie de jabuti com grande abrangência no território brasileiro) provenientes de cativeiro exemplar, de acordo com as normas impostas pelo IBAMA. A análise consistiu em marcadores bioquímicos do estresse oxidativo (enzimas Catalase, Glutationa Peroxidase, Glutationa S-Transferase e Superóxido Dismutase, e Lesão em Biomoléculas) e do metabolismo energético (Glicose, Colesterol e Triglicérides), hematológicos (Eritrócitos e Leucócitos totais, Hematócrito, Dosagem de Hemoglobina Circulante, VGM, CHGM, HGM, Oxihemoglobina e Metahemoglobina) e citoquímicos (Coloração de Prata, Coloração de Feulgen, Diferencial de Leucócitos e Razão Heterófilo por Linfócito). Como objetivos secundários, houve o estabelecimento de parâmetros de normalidade para a espécie estudada e a observação se há relação entre a resposta citoquímica e o mecanismo de ajustes fisiológicos dos indivíduos. Nos resultados observados, as fêmeas apresentaram maiores valores de Colesterol e Triglicérides, e os machos, de Hematócrito e Dosagem de Hemoglobina. As maiores diferenças encontradas foram provenientes das comparações entre as estações; a estação chuvosa apresentou maiores valores de GST, SOD, Triglicérides, Oxihemoglobina e Metahemoglobina, enquanto que na estação seca, os valores de GPx, Lesão oxidativa, Leucócitos totais, Dosagem de Hemoglobina e HGM foram maiores. Quando comparados o perfil das fêmeas ao longo da sazonalidade, foram encontradas diferenças apenas nos marcadores GPx (maior na estação seca) e Metahemoglobina (maior na estação chuvosa), evidenciando um comportamento referente ao “mito de hormese”, em que quase não há flutuação dos marcadores, uma vez que sempre se encontram elevados para lidar com as mudanças ambientais e comportamentais. Os machos, ao contrário, quando comparadas as estações, apresentaram diferenças nos marcadores das enzimas GST e SOD, do Triglicérides e da Metahemoglobina, maiores na chuva, enquanto a enzima GPx, a Lesão oxidativa, os Leucócitos totais, a Dosagem de Hemoglobina, o CHGM, o HGM e o Micronúcleo foram maiores na seca, evidenciando um Preparo para o Estresse Oxidativo (POS) ao aumentarem os níveis de antioxidantes a fim de lidar com as adversidades da estação mais estressora. Aliado aos resultados encontrados, observou-se uma relação da porcentagem de micronúcleo com a quantidade de lesão oxidativa e um aumento de nucléolos funcionais em estações com maiores atividades bioquímicas. Como conclusão, tem-se que: a estação seca é a mais estressora aos indivíduos C. carbonarius provenientes de cativeiro, evidência de que há influência da sazonalidade no metabolismo dos indivíduos, comprovado pela diferença nos ajustes fisiológicos de fêmeas (em hormese) e de machos (em POS); e também que há uma relação entre a resposta citoquímica e os resultados dos marcadores bioquímicos e hematológicos.