Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2018 |
Autor(a) principal: |
Martín, Celia Magaly Casado |
Orientador(a): |
Não Informado pela instituição |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Tese
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Universidade Estadual Paulista (Unesp)
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Link de acesso: |
http://hdl.handle.net/11449/154492
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Resumo: |
Murraya paniculata L. Jack (Rutaceae) é uma árvore amplamente utilizada nas Américas como ornamental. Porém, esta espécie vegetal nativa da Índia é considerada medicinal na Ásia e reconhecida pelas propriedades adstringentes, estimulantes, analgésicas e anti-inflamatórias. Diversos estudos revelam a presença de alcaloides, flavonoides, cumarinas e componentes do óleo essencial, fundamentalmente, e as propriedades antibacterianas, antifúngicas, anti-inflamatórias e analgésicas foram observadas para extratos de M. paniculata. Fitoterápicos derivados da planta estão disponíveis no Sistema Nacional de Saúde cubano, como anti-inflamatórios, porém é limitado o conhecimento dos metabólitos secundários majoritários da espécie coletada em Cuba e sua relação com a atividade farmacológica. Neste contexto, foi desenvolvido este trabalho que teve como objetivo realizar o estudo químico do extrato etanólico de folhas de M. paniculata, a fim de contribuir com sua padronização e com o estabelecimento de especificações de qualidade com base na composição química e atividade anti-inflamatória. O fracionamento do extrato etanólico foi iniciado por extração em fase sólida fornecendo 4 frações. A fração EFSMp4 foi fracionada utilizando-se cromatografia em coluna. A purificação final das substâncias majoritárias obtidas a partir de EFSMp4 foi realizada por cromatografia líquida de alta eficiência preparativa de fase reversa. As frações, subfrações e substâncias purificadas foram analisadas por CCD, CLAE-DAD e CLAE-ESI-MS. As substâncias purificadas foram identificadas através dos dados obtidos nas análises espectrométricas (RMN de 1H e 13C, IV, UV e EM). O extrato e as frações obtidas por extração em fase sólida foram submetidos aos ensaios de edema de pata e de pleurisia induzidos por carragenina, em ratos de linhagem Wistar e a avaliação da atividade antioxidante in vitro foi realizada por vários métodos: ensaio de capacidade de captura do cátion radicalar ABTS+• (derivado do ácido 2,2'-azino-bis-(3-etilbenzotiazolina-6-sulfônico); ensaio de captura do ânion radical superóxido (O2) e ensaio de captura do ácido hipocloroso (HClO) ou da Taurina-Cloramina. No caso do extrato e da fração EFSMp4 foram realizados ensaios de mutagenicidade. Adicionalmente a citotoxicidade da fração EFSMp4 e das substâncias purificadas foi avaliada através do ensaio com MTT em macrófagos (células RAW 264.7) nos quais também foi feita a quantificação de nitrito. A partir de neutrófilos (recrutados do peritônio de ratos Wistar sadios), foi avaliada ex vivo a função da enzima mieloperoxidase e a produção total de EROs. O extrato etanólico (300mg/Kg) e a fração EFSMp4 (150mg/Kg) apresentaram o melhor efeito anti-inflamatório pelo modelo de edema de pata, mostrando também o menor efeito ulcerogênico na mucosa gástrica dos animais tratados. Os resultados do experimento de pleurisia não foram conclusivos pois o modelo não permitiu obter resultados associados à atividade anti-inflamatória, porém mostrou evidências de um provável efeito hemorrágico de EFSMp4. Quanto à atividade antioxidante, nos experimentos nos quais conseguiu-se observar a resposta das amostras em estudo, o extrato etanólico e as frações EFSMp3 e EFSMp4 alcançaram os menores valores CE50. Em relação à mutagenicidade foi observado que o extrato, bem como EFSMp4, atuaram induzindo potencial mutagênico nos experimentos sem e com ativação metabólica. Dois metabólitos majoritários de EFSMp4 foram isolados e identificados como as cumarinas hidrato de meranzina e murpanidina, já relatadas em folhas da espécie. O hidrato de meranzina foi quantificado, representando um 8,4% (m/m) do EEMp. Os metabolitos não apresentaram citotoxicidade em macrófagos nas concentrações de 2,5-40,0 g/mL e as porcentagens de inibição de NO na concentração de 40,0 g/mL foram EFSMp4 (54%), murpanidina (30,1%) e hidrato de meranzina (8,0%). A identificação de outra cumarina da mesma classe das já purificadas foi proposta a partir análise por CLAE-ESI-MS (murralongina). Os resultados sugerem que as cumarinas constituem um grupo de metabólitos secundários majoritários no extrato etanólico, bem como sua relação com a ação anti-inflamatória do extrato. |