Malformações congênitas em cães braquicefálicos: um estudo retrospectivo

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2022
Autor(a) principal: Estevam, Marina Vilela [UNESP]
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Estadual Paulista (Unesp)
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://hdl.handle.net/11449/236683
Resumo: Por causa do seu temperamento dócil e características peculiares, cães braquicefálicos se tornaram muito populares nos últimos anos. Para obter essas características, muitos anos de endogamia foram necessários e resultaram em um alto grau de homozigose e com isso, muitos genes deletérios se manifestaram. Ao mesmo tempo, temos visto um aumento nos relatos de caso de malformações congênitas, especialmente em raças braquicefálicas. O objetivo deste estudo foi observar a frequência de malformações em cães braquicefálicos comparados a outras raças puras e mestiças. Para isso, os registros médicos das fêmeas gestantes atendidas entre janeiro de 2017 e dezembro de 2021 foram recuperados do sistema computadorizado do Hospital Veterinário e analisados um por um. Após uma rigorosa seleção, setecentos e sessenta e oito neonatos de cento e sessenta e oito ninhadas foram selecionados. Dessas ninhadas, 72,6% (122/168) eram braquicefálicas. Malformações foram diagnosticadas em cinquenta e dois filhotes, com uma incidência de 6,77% (52/768). Das trinta e duas ninhadas que produziram filhotes malformados, vinte e oito eram braquicefálicas (87,5%). No total, vinte e três tipos de malformações foram registrados, sendo as mais comuns Fenda Palatina (1,30%) e Anasarca (1,17%). 19,23% (10/52) dos filhotes apresentaram mais de uma malformação aparente. A respeito do tipo de parto, cesarianas eletivas totalizaram 66,6% dos nascimentos e o número se justifica pela frequência de atendimento de raças predispostas a distocia atendidas no Hospital Veterinário. Vinte e nove prontuários foram excluídos devido à falta de dados. A ausência de dados no histórico médico que justifique outras causas (como deficiências nutricionais, uso de fármacos, infecções ou radiação) somadas à baixa incidência de malformações em outras raças, nos direciona ao fator genético que envolve as raças braquicefálicas. Muitas gerações de inbreeding resultaram em uma população quase que totalmente homozigota o que aumenta a probabilidade de malformações. Esse cenário nos chama a olhar com mais cuidado para a forma como essas raças são reproduzidas.