Caracterização da matéria orgânica de rios da Amazônia: black carbon, substâncias húmicas e labilidade

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2019
Autor(a) principal: Constantino, Isabela Carreira
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Estadual Paulista (Unesp)
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://hdl.handle.net/11449/182482
Resumo: O bioma Amazônico é mundialmente conhecido pela sua importância nos ciclos climáticos, biodiversidade e extensão. A área explorada nesse estudo compreendeu a região dos munícipios de Itacoatiara, Maués e Manaus, situados no estado do Amazonas, sendo esses dois primeiros pouco explorados. Sabe-se da importância da matéria orgânica natural (MON) na dinâmica de outras espécies, sendo essa formada por estruturas definidas ou indefinidas, com diferentes graus de labilidade frente a outras espécies, processos fotoquímicos e microbiológicos. Esse trabalho teve como foco a caracterização da matéria orgânica dissolvida (MOD) e o levantamento de estoque de metais em rios de águas brancas (AgB) e pretas (AgP) na região Central Amazônica. A amostragem de água representativas das estações seca e chuvosa e 9 de sedimentos foi realizada em um total de 15 locais. Nas amostras de água foram determinados os elementos totais e dissolvidos (Al, Cu, Cd, Cr, Fe, Pb e Ni). Estudos da labilidade e recalcitrância em termos de reatividade da MOD aquática frente a ação do H2O2, bem como a quantificação do black carbon dissolvido (DBC) (método BPCA) em rios de AgP e AgB da região, também foram realizados. Além disso, foram extraídas e caracterizadas as substâncias húmicas aquáticas (SHA) dos rios Negro (RN) e Carú (RC) e as suas interações com os cátions Al(III), Fe(III) e Cu(II) foram avaliadas. Nos sedimentos foram determinados pH, análise granulométrica e metais (Pb, Cr, Ni, Al, Fe, Cu e Zn). Concluiu-se que para águas e sedimentos, a concentração de metais esteve na sua maioria em conformidade com a legislação brasileira. Sobre a MOD, em ambos os períodos, houve o predomínio da fração recalcitrante. Entretanto, destaca-se na estação seca que o conteúdo da fração lábil foi maior para os rios de AgP e na chuvosa o contrário foi observado. A análise da fração cromófora (MODC) permitiu distinguir efeitos sazonais. No estação seca, fluoróforos do tipo húmico, C1 e C2 (autóctone e alóctone) e tipo proteico (C3) foram identificados (CP/PARAFAC). A fração fluorescente esteve relacionada ao conteúdo lábil na seca, sendo mais reativa, porém, não exibiu mesma relação no período chuvoso, sendo caracterizada pela presença de fluoróforos do tipo húmico alóctone (C4 e C5). Pela análise de UV/Vis foi observado aumento SUVA254 entre período de seca e chuva relacionado com o incremento de MOD, porém, foram observados decréscimos de SUVA254 para todas as amostras, indicando mudanças na fração MODC durante a cinética. A análise dos BPCA permitiu a determinação do DBC, variando de 0,4 a 2,8 % mol. Verificou-se variação na distribuição dos marcadores (B3CA, B4CA, B5CA e B6CA), em que B5CA e B6CA variaram de 77,9 a 94,0 % do teor de BPCA total. As %B4CA e B3CA variaram de 0,7 a 14,1 %e 3,4 a 10,0 %, respectivamente. As técnicas de Infravermelho, RMN de 13C diferenciam as SHA RC e RN estruturalmente, indicando maior porção aromática na SHA RN. Os estudos de interação com íons metálicos evidenciaram maior capacidade de complexação, bem como maior concentração de sítios ligantes para SHA RN, além da maior semelhança entre as amostras coletadas no período chuvoso, RN e RC-II.