Interação patógeno-hospedeiro na fungicultura das formigas atíneas derivadas

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2017
Autor(a) principal: Jiménez Gómez, Irina [UNESP]
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Estadual Paulista (Unesp)
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://hdl.handle.net/11449/150676
Resumo: A fungicultura das formigas atíneas é um modelo atrativo para estudar associações parasita-hospedeiro, pois abriga um amplo número de parasitas e hospedeiros filogeneticamente diversos. As formigas atíneas dependem do cultivo obrigatório de fungos para alimentar suas crias. Nesse mutualismo, fungos do gênero Escovopsis atuam como parasitos especializados do fungo cultivado pelas formigas. Neste trabalho determinamos que a virulência da interação Escovopsis–fungo mutualista é o resultado final da susceptibilidade do hospedeiro e a infectividade do patógeno. Para tanto, foram realizados ensaios de co-cultivo in vitro utilizando fungos mutualistas e isolados de Escovopsis provenientes de colônias de formigas atíneas derivadas. Adicionalmente, foram realizados bioensaios utilizando subcolônias inoculadas com esporos de Escovopsis, para avaliar como a complexidade do jardim de fungo, em conjunto com as formigas, interfere na virulência da interação patógeno-hospedeiro. Os resultados indicaram que o fungo mutualista de Trachymyrmex sp. é mais susceptível a infecção por Escovopsis, quando comparado com Leucoagaricus gongylophorus, o fungo mutualista cultivado por Atta sexdens rubropilosa. Além disso, foi observado que a susceptibilidade do hospedeiro tem uma maior influência do que infectividade do patógeno, no resultado final da interação Escovopsis-fungo mutualista. O fator que determinou a infectividade de Escovopsis foi o padrão de reconhecimento frente ao hospedeiro e não a taxa de crescimento do patógeno. Embora Escovopsis ocasionou a morte do hospedeiro na maioria dos confrontos in vitro, nos experimentos realizados com subcolônias houve a morte de apenas quatro dentre as 90 réplicas tratadas com Escovopsis. Tendo em vista que Escovopsis ocasiona a morte do fungo mutualista apenas in vitro, ou seja, sem a proteção das interações presentes no jardim de fungo, nossos resultados sugerem que Escovopsis é um patógeno oportunista.