Carreadores lipídicos nanoestruturados dispersos em hidrogéis de geleificação in situ para administração vaginal de hipericina associados à terapia fotodinâmica no tratamento da candidíase vulvovaginal

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2020
Autor(a) principal: Sato, Mariana Rillo
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Estadual Paulista (Unesp)
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://hdl.handle.net/11449/194195
Resumo: A candidíase vulvovaginal (CVV) é uma infecção fúngica causada tipicamente por Candida albicans, a qual apresenta resistência aos fármacos utilizados no tratamento. Carreadores lipídicos nanoestruturados (CLN) com hipericina (HIP) encapsulada dispersos em hidrogéis (HG) de geleificação in situ demonstram ser uma opção interessante para viabilizar o tratamento da CVV, associada a métodos alternativos, como a terapia fotodinâmica (TFD). Este trabalho visa avaliar o potencial dos CLN com e sem HIP encapsulada dispersos em HG, associados à TFD para administração vaginal. Os CLN sem (F6.5) e com HIP encapsulada (F6.5_0,05, F6.5_0,25 e F6.5_0,5) foram obtidos por sonicação a 35% de amplitude por 5min, contendo poloxamer 407 e na fase oleosa, estearato de polioxietileno, triglicérides do ácido cáprico/caprílico, óleo de rícino hidrogenado, etoxilado e/ou HIP. Os HG foram constituídos de poloxamer 407 e quitosana, sendo acrescidos de CLN com e sem HIP encapsulada em diferentes proporções de CLN:HG dando origem às formulações CLN_HIP-HG1, CLN_HIP-HG2, CLN_HIP-HG3, CLN_HIP-HG4 e CLN_HIP-HG5. Os sistemas F6.5, F6.5_0,05, F6.5_0,25 e F6.5_0,5 caracterizados por espalhamento de luz dinâmico, apresentaram diâmetros nanométricos com baixa polidispersão, e revelaram excelente estabilidade física. A formulação F6.5 apresentou na análise de rastreamento de nanopartículas distribuição unimodal com predominância de partículas de 151 nm. Na microscopia eletrônica de transmissão foram observadas partículas de morfologias praticamente esféricas e em escalas nanométricas. A eficiência de encapsulação da HIP foi de 89,3%. A microscopia eletrônica de varredura dos HG acrescidos de CLN com HIP encapsulada obtidos em diferentes proporções, revelou valores médios de rugosidade superficial sem diferença estatística entre os sistemas. A reologia contínua mostrou que praticamente todos os sistemas tiveram um comportamento Newtoniano; enquanto na reologia oscilatória a maioria dos sistemas apresentou valores de G’ superiores a G’’, com exceção de CLN_HIP-HG1. O HG livre e os sistemas CLN_HIP-HG1 e CLN_HIP-HG2 apresentaram satisfatórias propriedades mucoadesivas, além de valores de seringabilidade que comparados a relatos da literatura podem conferir a facilidade de estes serem aplicados na via vaginal. O ensaio de calorimetria exploratória diferencial evidenciou eventos endotérmicos com picos similares e característicos a componentes presentes nas formulações. Os dois métodos analíticos validados para quantificar a HIP (HIP solubilizada em metanol e HIP na solução receptora composta de meio tampão fosfato com 3% de Tween 80) mostraram-se condizentes aos valores preconizados pela ANVISA. O perfil de liberação in vitro da HIP liberada a partir de CLN_HIP-HG1, indicou comportamento de liberação sustentada do composto ativo durante as 12h de análise, e que os principais mecanismos de liberação seguem os modelos de Peppas e de Higuchi. Tais sistemas não apresentaram permeação na mucosa vaginal suína, além de baixos valores de retenção. Os CLN com e sem HIP encapsulada dispersos ou não em HG revelaram potente ação antifúngica frente à cepa de C. albicans ATCC 10231 e comportamento fungistático frente à levedura. Os CLN com e sem HIP encapsulada dispersos ou não em HG, tratados com TFD, reduziram significativamente as culturas planctônicas de C. albicans variando de aproximadamente 1 a 2 log10 (UFC/mL) comparados ao YNB; enquanto a TFD mediada pelos sistemas F6.5_0,05 e CLN_HIP-HG1 apresentaram diminuições na viabilidade do biofilme de C. albicans de 2 e 1,2 log10 (UFC/mL), respectivamente, em relação ao PBS. Na análise de SOSG, a solução de HIP livre, bem como os CLN com HIP encapsulada dispersos em HG foram capazes de fornecer efetivamente oxigênio à solução de metanol. Na análise antifúngica in vivo associada ou não à TFD, o antifúngico e os grupos tratados com TFD apresentaram uma predominância de células fúngicas de diferentes tamanhos, além disso, CLN_HIP-HG1/TFD se destacou entre os grupos tratados com TFD obtendo uma melhora significativa do perfil terapêutico comparado ao grupo infectado. Assim, os resultados evidenciaram o potencial antifúngico dos sistemas in situ para a administração vaginal da HIP demonstrando serem capazes de contribuir no tratamento da CVV.