As relações diplomáticas Argentina-México diante das denúncias humanitárias e anti-ditatoriais de exilados argentinos (1974-1983)

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2024
Autor(a) principal: Dauer, Gabriel Roberto [UNESP]
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Estadual Paulista (Unesp)
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://hdl.handle.net/11449/257322
Resumo: Esta tese analisa as repercussões das mobilizações humanitárias e anti-ditatoriais de exilados argentinos no México nas relações diplomáticas Argentina-México (1974-1983), entendidos como atores não estatais situados em uma rede transnacional de ativismos e de resistências contra a última ditadura civil-militar argentina. A partir disso, pretendeu-se responder ao seguinte problema de pesquisa: em que medida as mobilizações de denúncias e a própria existência de exilados argentinos em território mexicano, entre 1974 e 1983, foram fatores determinantes nas relações diplomáticas Argentina-México? A hipótese é a de que as denúncias dos exilados não apenas inseriram o México na rede transnacional contra a ditadura civil-militar argentina, mas também se somaram às divergentes pressões e demandas de distintos atores estatais e não estatais mexicanos sobre o país, o que dificultou o avanço das relações diplomáticas Argentina-México em outras questões além dos direitos humanos e dos exilados. A metodologia incluiu análise documental e realização de entrevistas. Os documentos são de arquivos da diplomacia argentina e mexicana, organizações de exilados argentinos, de organizações internacionais e de instituições e grupos de direitos humanos. Esses materiais são interpretados a partir de conceitos e ferramentas analíticas dos estudos sobre redes e ativismos transnacionais. As entrevistas são orientadas pela perspectiva da História Oral, por viabilizar uma compreensão menos restrita da política externa argentina e mexicana (da clássica ótica de militares e diplomatas), ao incluir os exilados, os quais trazem distintas perspectivas de sujeitos historicamente excluídos das narrativas, dos processos e das estruturas que são de interesse da História das Relações Internacionais na região do Cone Sul. Os resultados demonstram que as ações de denúncia e a própria existência dos exilados argentinos no México e dos asilados na Embaixada do México na Argentina foram fatores estruturantes das relações diplomáticas Argentina-México, quando os países tentaram avançar em negociações de seus interesses nacionais para além da pauta dos direitos humanos.