Era construção, já é ruína?: nacionalidade, identidade e os impasses da modernização na literatura brasileira

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2014
Autor(a) principal: Silva, Júlio Cezar Bastoni da [UNESP]
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Estadual Paulista (Unesp)
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://hdl.handle.net/11449/115825
Resumo: Este estudo propôs encontrar regularidades formais na produção romanesca vinculada à representação da nacionalidade brasileira. Nesse sentido, trabalhamos com a noção de forma dual, a qual se liga à representação de certos aspectos do processo social brasileiro, marcado por contrastes e desigualdades, que passam a ser objeto e estrutura da formulação romanesca. O percurso aqui abordado, do romantismo ao modernismo, centrando-se no estudo de autores representativos dos períodos em questão, oferece um painel para a delimitação desta forma específica de representação da nacionalidade brasileira, cujo esclarecimento constitui o objetivo central da tese. Assim, detivemo-nos, sobretudo, em algumas obras que nos pareceram colocar a questão de uma identidade e de uma sociedade fraturada pelas suas dicotomias internas, em suas configurações diversas: O guarani (1857), de José de Alencar, O cortiço (1890), de Aluísio Azevedo, e o romance cíclico Marco Zero (1943-1945), de Oswald de Andrade. Essa representação da sociedade brasileira guarda similitude com as trazidas, historicamente, à baila pelo pensamento social brasileiro, notadamente as interpretações chamadas -dualistas?, por, de modo geral, considerarem a convivência no país entre um setor social e econômico ligado a aspectos -arcaicos? ou -atrasados?, e outro a par de uma modernização referida aos influxos externos e -atualizada? frente ao desenvolvimento global do capitalismo. Pensamento social e literatura, nesse sentido, estabelecem um diálogo fecundo, que retoma a história do projeto nacional brasileiro, pelo qual ambas compartilharam interesse análogo. Assim, nossa análise, segundo o percurso apontado, revelou diferentes configurações das dicotomias brasileiras, denunciando os impasses de cada período e as diversas soluções formais encontradas pelos autores, mantendo, no entanto, a dualidade como ponto-chave para a compreensão da...